Vem, Senhor Jesus

Postado em 28 novembro 2015 06:59 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

Ao iniciar o Advento, tempo de preparação para o Natal, os cristãos são convidados a firmar a esperança nas promessas do Ressuscitado, que “virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos.” (Prefácio do Advento I).

O Juízo Final: medo ou esperança?

No credo niceno-constantinopolitano professamos: “e de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.” É o que a fé chama de Parusia, a volta de Cristo Ressuscitado para o julgamento final e para a instauração definitiva do seu Reino. Esta verdade faz parte da boa nova da fé cristã. Quanto ao dia e a hora desta volta gloriosa de Cristo, não sabemos, só o Pai o sabe (cf. Mc 13,32). Originalmente, o Juízo Final foi compreendido como o dia em que Deus fará justiça às vítimas da história (cf. Mt 25, 31-46). Esta vitória da justiça, já prefigurada como sinal seguro na ressurreição de Jesus Cristo, torna-se a base da nova criação, do mundo novo, “novos céus e nova terra” (2Pd 3,13). Por isso, a vinda do Filho, no fim dos tempos, é esperada com alegre expectativa. Não tem o objetivo de amedrontar. A vinda de Cristo na glória, no fim dos tempos, significa a culminância de sua obra criadora e salvadora: é a páscoa que espera desde sempre toda a realidade. A história como tal e tudo aquilo que nela se realizou, de fato, serão submetidos a um confronto com o evangelho. “O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa sobre as injustiças cometidas por suas criaturas e que o seu amor é mais forte do que a morte” (Catecismo, 1040). Não somente a vida de cada um, individualmente, estarão sob o julgamento, mas as consequências históricas desta sua vida. Nunca a salvação é puramente individual, pois os meus atos marcam a história inteira, no bem e no mal.

Novos Céus e a nova Terra

O Juízo Final, com seu julgamento, não será a última palavra de Deus. O fim de tudo será: “o seu reino não terá fim”. O pronunciamento final do Cristo Rei será: “eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). A nova criação é nossa esperança. Nela cabe a justiça e a misericórdia de Deus, diante de todo o bem e de todo o mal e injustiça cometida pela humanidade. Será a realização definitiva do projeto de Deus sobre a humanidade e a criação. Será o “universo novo” (Ap 21,5), descrito no Apocalipse como a Jerusalém celeste, quando Deus terá sua morada entre os homens. “Enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram” (Ap 21,4). (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1044).

Somos construtores da esperança de um mundo em que os humanos convivam harmonicamente com a natureza, sem explorá-la e arruiná-la, mas vejam nela beleza e harmonia propostas pelo Criador. Cremos que os humanos aprenderão a tolerância e a acolhida de quem pensa diferente, sem pretender destruí-lo ou excluí-lo. Cremos num mundo onde a paz é possível e a vida é defendida e promovida sempre. Enfim, cremos num mundo fraterno, no projeto de Deus para a humanidade. “Vem, Senhor Jesus.” (Ap 22,20).

Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta

Postado em 28 novembro 2015 06:59 por JEAcontece
15.292.411/0001-75
TAPERA TEMPO

Desenvolvido com 💜 por Life is a Loop