Vacina contra a Covid-19: por que tanta gente tem medo?

Postado em 01 fevereiro 2021 06:05 por JEAcontece
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Desinformação e fake news levaram uma parcela significativa de brasileiros a desconfiar da eficácia e da segurança dos imunizantes

A chegada da vacina contra a Covid-19 não trouxe apenas esperança e alívio aos brasileiros. Junto com o crescimento no número de casos e óbitos, a falta de leitos e até de oxigênio nos hospitais estão questões políticas envolvendo a compra de vacinas, atraso na imunização, denúncias de fura-fila no recebimento das doses e muita desconfiança sobre a eficácia e a segurança dos imunizantes.

Mas, afinal, por que tanta gente tem medo de tomar a vacina? O biomédico Thiago Yuiti Castilho Massuda, especialista em imunologia e professor do UniCuritiba, diz que a politização nas negociações somada à desinformação e ao grande número de fake news contribuíram para o temor das pessoas em relação à vacina.

“A vacina é totalmente confiável, segura, foi validada através de estudos sérios, desenvolvidos por instituições de prestígio e autorizadas pelos órgãos competentes”, explica.

Atualmente, mais de 80 milhões de doses já foram administradas no mundo, com raras reações consideradas graves, o que, segundo o professor, demonstra a segurança do imunizante. Em alguns casos, a vacina pode ocasionar efeitos leves como dor no local da aplicação – o mesmo efeito de outros tipos de vacinas já amplamente utilizadas no Brasil.

O fato de ter sido desenvolvida tão rapidamente, continua o especialista, está diretamente ligado à evolução da ciência nos últimos anos, aos muitos estudos já em desenvolvimento para outras vacinas e que foram aplicados para os imunizantes contra o Coronavírus.

“Essa vacina não foi produzida do zero, o que acelerou os resultados. Além disso, a ciência está mais veloz. Para sequenciar o genoma humano pela primeira vez levamos uma década, hoje se faz isso em poucos dias”, exemplifica.

Thiago Massuda lembra ainda que o mundo todo se empenhou na pesquisa e na troca de informações para o desenvolvimento de um imunizante para conter a pandemia. “Todos esses fatores foram determinantes para agilizar o processo.”

Interferência política
Na avaliação do pesquisador, a politização envolvendo a compra das vacinas é “algo muito triste e lamentável”. “Enquanto pesquisadores e profissionais da saúde estão preocupados em levar o melhor para a população, sempre pautados em conhecimento científico, alguns políticos parecem mais preocupados em tirar proveito eleitoral da situação”, condena o biomédico.

Apoio da população
Para que a imunização tenha maior eficácia, o professor do diz que é fundamental contar com a adesão e a conscientização da população sobre a importância da vacina.

“O início da vacinação não significa o fim da pandemia. Estamos vivendo um dos piores momentos no Brasil e serão meses até que os resultados da vacina apareçam, por isso, temos que manter e reforçar os cuidados. A boa notícia é que agora temos uma esperança.”

Embora faltem estudos de longo prazo sobre a vacina, a estimativa é que seja possível controlar a disseminação do vírus assim que 60% a 70% da população estejam imunizadas. As chances de reinfecção após receber as duas doses também são uma incógnita.

“Todos os voluntários que participaram dos testes serão acompanhados por anos e só então teremos a resposta sobre o tempo de proteção e se haverá necessidade de reforço anual, a cada dez anos ou se a vacina protegerá para sempre”, explica o especialista.

Postado em 01 fevereiro 2021 06:05 por JEAcontece
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