O advogado Mauricio Dal Agnol, de Passo Fundo, suspeito de dar golpe em 30 mil clientes e lucrar R$ 100 milhões de forma indevida, tem em tramitação, a seu favor, um habeas corpus mesmo estando foragido. A impetração foi feita pelo advogado Demetryus Eugenio Grapiglia.

O HC tramita na 6ª Câmara Criminal do TJRS. A relatora é a desembargadora Vanderlei Terezinha Treméia Kubiak. Ela já indeferiu a liminar em HC interposto por outro dos mencionados no mesmo inquérito policial – Vilson Bellé, que também está com sua prisão decretada.

O advogado Grapiglia – signatário do habeas em favor de Dall Agnol observa que “não sei se irei continuar defendendo Dal Agnol e por isso prefiro não opinar sobre o que se diz acerca de sua conduta profissional. Fui procurado por uma pessoa que pediu que não revelasse sua identidade. Fiz por coleguismo. Éramos vizinhos e somos amigos”.

Grapiglia afirmou que não sabe do paradeiro de Dal Agnol, nem se ele irá, ou não, se entregar. Ele salienta que “qualquer um do povo pode interpor o habeas corpus, independente de ser constituído ou não por aquela pessoa”.

Dal Agnol, que estaria de férias nos Estados Unidos, quando foi decretada sua prisão preventiva, é apontado no inquérito como comandante de um esquema que repassaria valores irrisórios a clientes que eram acionistas da antiga CRT. Segundo as investigações, ele ficava com a maior parte do dinheiro dos clientes que ganhavam as ações movidas pelo seu escritório.

No habeas corpus, o advogado impetrante Demetryus Eugenio Grapiglia sustenta que “há um julgamento midiático antecipado” e que a prisão não se explica – já que Dal Agnol tem um patrimônio com valor superior ao suposto desvio e, caso fosse considerado culpado, poderia arcar com as despesas.

A peça também menciona o fato de que, quando jurisdicionava em Caràzinho (RS), o mesmo juiz (Orlando Faccini Neto) mandou prender e depois condenou um advogado que terminou absolvido no TJRS – caso agora já com trânsito em julgado em relação à absolvição.

(Espaço Vital)