TAPERA – Qualidade do leite

Postado em 17 outubro 2015 07:37 por JEAcontece
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Nos últimos anos as empresas que compram leite direto do produtor, aumentaram consideravelmente o nível de exigência por qualidade, tentando passara ao consumidor final um produto melhor. Para isso acontecer é necessário que o produtor adote algumas medidas preventivas de modo a fornecer um leite melhor e aumente sua lucratividade.

O que altera a qualidade e valor pago pelo leite?
– Níveis de Células Somáticas (CCS);
– Níveis de Contagem Bacteriana Total (CBT);
– Níveis de proteína (altera rendimento na hora da industrialização);
– Níveis de gordura (altera rendimento na hora da industrialização);
– Resíduos de antibióticos (descarte do leite e pagar carga do caminhão);
– Refrigeração adequada do leite após a ordenha, 4°C em 3 horas;

Como controlar os níveis de Células Somáticas:
– As células somáticas são componentes naturais do leite sendo compostas por células epiteliais (de descamação da glândula mamaria) e por células de defesas conhecidos como anticorpos (macrófagos, neutrófilos e linfócitos);
– Quando existe infecção da glândula mamaria a proporção de células de defesa aumentam em relação às células epiteliais;
– Vacas com células somáticas altas, são indicativas de mastite clínica ou subclínica, reduzindo a produção de leite, alterando a composição e a qualidade do produto;
– Descartar os 3 primeiros jatos de leite;
– Fatores como número de lactações e estágio da lactação também alteram a contagem de CCS;
– Descartar as vacas com mastites crônicas;
– Quando a CCS está acima de 500.000 por ml ocorre desconto pela qualidade inferior. A partir de 01/07/2016 será 400.000 CCS/ml;

Como tratar estas mastites?
Durante a lactação as vacas que apresentam CCS alta, grumos na ordenha. Depois de diagnosticada a mastite pelo teste da raquete (CMT) e exame clínico, devem ser tratadas com o uso de antibiótico injetável associado a bisnaga intra-mamaria e anti-inflamatórios.
O Período Seco deve receber uma atenção especial com o uso de bisnaga de Vaca Seca que possui concentração maior de antibiótico, pode ser usado selante após esta bisnaga e finalmente o uso do Pós Dipping.

Como prevenir as mastites durante a lactação?
– Tratar as vacas afetadas para não contaminar as vacas sadias;
– Fazer um bom manejo de ordenha: limpar o teto antes de ordenhar; fazer a aplicação de pós-dipping após a ordenha para proteger o esfíncter do teto da entrada de agentes contaminantes; colocar a vaca na sala de alimentação após a ordenha para não deitar no barro com esfíncter aberto;
– Ordenhar as vacas com mastite por último;
– Evitar sub-ordenha e sobre-ordenha;
– Uso de vacinas anti-mastites: TOPVAC; Mastiplus; J-VAC ;
– Uso de aditivos como Biofórmula Leite na ração ou individualmente no cocho auxilia a redução de células somáticas e reduz os casos de mastites aumentando a imunidade do animal.

Contagem Bacteriana Total (CBT) e Unidade Formadora de Colônias (UFC)
Os níveis de CBT são indicativos de algum erro na limpeza e desinfecção dos equipamentos de ordenha, acumulando resíduos de leite, aumentando a contaminação, reduzindo a qualidade e preço pelo produto. A exigência atual da indústria é de 300.000UFC/ml e a partir de 01/07/2016 será de 100.000 UFC/ml.

Quais os tipos de resíduos se acumulam nos equipamentos de ordenha?
– Componentes orgânicos: (gordura, proteína e lactose) retirados com detergentes alcalinos de uso diário;
– Componentes minerais: sais presentes no leite (cálcio, magnésio e ferro), são removidos com o uso de detergentes ácidos aplicados semanalmente.

Como fazer a limpeza correta dos equipamentos?
– Desconectar a tubulação do tanque para drenar os resíduos que ficam na bomba de leite;
– Enxágue inicial pode ser feito com água morna (35° a 40°C) para retirar os resíduos solúveis de leite;
– LIMPEZA COM DETERGENTE ALCALINO:
Fazer a limpeza utilizando a concentração certa de produto indicada pela empresa com a água quente, acima de 70°C durante 10 minutos, a cada ordenha;
– LIMPEZA COM DETERGENTE ÁCIDO:
Fazer a limpeza do detergente ácido com água morna 35°C durante 5 minutos, semanalmente para aumentar a vida útil das borrachas das teteiras;
– Desinfecção: antes da ordenha com produtos a base de cloro para eliminar bactérias sobreviventes de ordenhas anteriores;
– Fazer a limpeza do resfriador após a retirada do leite;

Um manejo adequado reduz os índices de mastites clínicas e sub-clínicas, reduzindo as perdas por descarte de leite e gastos com medicamentos. Vacas saudáveis produzem mais leite, com mais qualidade aumentando o lucro para o produtor.

JULIANO CAMARGO PRETO
Médico Veterinário Cotrisoja Tapera

Postado em 17 outubro 2015 07:37 por JEAcontece
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