Na última quarta-feira (11/12) ocorreu nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, um importante encontro para tratar do tema lagarta Helicoverpa em soja. O evento, denominado “Caravana Embrapa”, está sendo realizado em todo o Brasil, com o objetivo de levar informações importantes sobre esta nova praga para técnicos, engenheiros agrônomos e extensionistas. Neste sentido, a Embrapa, como instituição pública de pesquisa e geradora de conhecimento, busca cumprir o seu papel difundindo informações e propondo discussões que resultam na qualificação e tecnificação da agricultura.
Na ocasião, pesquisadores da Embrapa Soja de Londrina/PR e também de outros centros de pesquisa da Embrapa da região centro-oeste do país abordaram temas específicos, como aspectos sobre a biologia, comportamento, origem e identificação da lagarta, métodos de controle, manejo integrado de pragas e tecnologia de aplicação de defensivos.
Entre todos os assuntos abordados, o controle desta praga mereceu maior atenção por parte do público presente. Os pesquisadores da Embrapa enfocaram para a necessidade de se realizar o manejo integrado de pragas considerando o sistema produtivo como um todo, e não individualizado conforme cada cultura. Isto se deve ao fato de a lagarta Helicoverpa possuir vários hospedeiros diferentes, além de um potencial de reprodução e de causar danos bastante superiores às demais pragas.
Enfoque no monitoramento e seletividade a inimigos naturais:
Segundo a pesquisa, o manejo correto desta nova praga consiste basicamente em considerar, além do controle químico, o controle biológico, especialmente aquele realizado pelas populações de inimigos naturais, como parte integrante do processo. Para isso devem ser tomadas medidas essenciais que visem à preservação destes insetos benéficos. Além disso, o conceito de manejo integrado também rege que se deve considerar a realização de amostragens e monitoramento constante da lavoura. Esta prática tem por objetivo identificar a densidade populacional de pragas e as espécies presentes, fornecendo suporte para a tomada de decisão para a realização do controle. Outro ponto bastante comentado refere-se à necessidade de se respeitar os níveis de ação para controle da Helicoverpa, evitando-se ao máximo entradas calendarizadas com o objetivo de controlar a praga preventivamente. Atualmente, sabe-se que o controle preventivo de insetos, além de aumentar os riscos de surgimento de resistência aos produtos, possui igual ou até menor eficiência que aplicações normais de inseticidas, já que não existe sinergismo entre diferentes modos de ação.
(Gustavo A. Stärlick – Engenheiro agrônomo Grandespe)
