A colheita das culturas de inverno está chegando ao final no estado do Rio Grande do Sul. Na área de atuação da Cotrisoja provavelmente seja encerrada na próxima semana e, as expectativas de uma boa safra se confirmaram.

Diferentemente dos últimos dois anos, tivemos boas condições para o desenvolvimento das culturas nesse período de inverno, pois, as precipitações foram menores e as geadas não causaram danos. Os menores índices pluviométricos e um bom manejo de fungicidas, realizado pelos produtores, resultaram em uma baixa incidência de doenças. Dessa forma, tivemos altas produtividades com lavouras de trigo e cevada passando dos 80 sacas/hectare de média e, com boa qualidade de grãos. No caso do trigo, ph acima de 78 e cevada com germinação acima de 95%, passando como cevada cervejeira.

Porém, as chuvas que ocorreram no fim do mês de outubro e começo de novembro sobre a cultura seca causaram em alguns casos, perda de qualidade. Na cevada tivemos uma queda no poder germinativo, sendo a mesma destinada para forrageira.

De forma geral, tivemos uma ótima safra de inverno. Contudo, mais uma vez ficamos reféns do mercado e falta de políticas para a cultura do trigo, pois, além de colhermos bem, esse ano tivemos uma boa qualidade no grão, e o mercado que temos a curto prazo é a destinação desse produto para ração, com um valor abaixo do esperado, pois os moinhos estão abastecidos e haverá importações que chegarão em quase metade de todo a trigo que o Brasil necessita.

No entanto, temos que nos ater aos benefícios para as lavouras, trazidos pela semeadura de culturas inverno, destacando o melhor controle de plantas invasoras, cobertura do solo com uma boa palhada, rotação de culturas e ainda uma adubação de sistema, entregando há cultura da soja uma lavoura limpa e protegida de erosões.

(Gustavo Bonato – engenheiro agrônomo e coordenador do Depagro)