Por Fábio David Crestani
jornalista e diretor-editor do JEAcontece
Ontem à noite, a sessão da Câmara de Vereadores de Tapera, que deveria transcorrer tranquila, tendo inclusive a eleição da nova diretoria, transformou-se em um bate-boca entre os membros da situação e da oposição – sendo esta minoria na Casa.
Após dar início aos trabalhos, a presidente Vanize Rutzen (MDB) solicitou ao secretário que lesse o documento que informava a renúncia da Mesa Diretora, para que houvesse a eleição da nova, dentro do que a maioria da bancada situacionista havia acordado, no início do ano, para o primeiro ciclo deste mandato. Assim, esta direção ficaria 08 meses com o MDB, com duas cadeiras na Câmara, e o PP com 4 cadeiras, ficaria com os restantes 04 meses.
Neste momento, a presidente passou o comando dos trabalhos ao vereador mais antigo, Aurélio Vicari (PTB), que, ao assumir o controle da sessão, disse que não concordava com os termos dispostos anteriormente, alegando ter sido pego de surpresa em relação ao tal acordo que havia sido combinado, no início do ano. E baseado no Regimento Interno, em seu artigo 27, cancelou a eleição, alegando que teria 5 dias úteis para ela acontecer, o que foi rebatido pelos demais vereadores e assessores da Casa.
Neste momento, iniciou-se o bate-boca na sessão, que estava suspensa, entre os vereadores situacionistas e os dois oposicionistas, Aurélio Vicari e Alcides Maldaner (PDT).
Como não houve entendimento entre os membros, o vereador Vicari deu por encerrada a sessão, que durou pouco mais de 15 minutos.
Agora, tudo fica para a próxima sessão, que deverá acontecer na segunda-feira (13), que seria a normal, ou na quarta-feira (15), no quinto dia útil.
O fato é que a oposição, com três vereadores, conseguiu tumultuar a sessão que deveria transcorrer normalmente, fazendo seu papel de opositor e aproveitando uma brecha no Regimento Interno.
Agora, a direção e a assessoria jurídica da Casa vão ver como proceder para que a eleição aconteça na segunda-feira (13), conforme foi acordado entre PP e MDB.
E, com o clima quente na Câmara, por conta do bate-boca, ao final, com a sessão já encerrada, a questão sobrou até para este jornalista, que acabou sendo culpado, pela presidente Vanize e pelo assessor jurídico, Rafael Viero, pelo tumulto que a oposição causou na sessão. Os dois emedebistas, visivelmente alterados, me confrontaram, questionando o meu profissionalismo e a minha conduta. A vereadora Vanize, inclusive, teria visto eu “acenando” para o vereador Vicari, como se eu tivesse concordando com o circo montado por ele e lhe dado apoio – quando, na verdade, o aceno foi para o rapaz que estava filmando a sessão e que estava em pé, no meio da sala, de frente para o plenário, atrapalhando a minha visão, solicitando a ele para que sentasse. Quando atendido eu sinalizei positivo a ele.
Eu, que fui taxado, pelos dois, de compactuar com aquela cena lamentável, nada tenho a ver com os fatos e que repudio as cenas ocorridas no Legislativo taperense, à noite passada: o confronto contra quem nada tinha a ver com o contexto.
Eu jamais vi algo assim na Câmara de Vereadores de Tapera neste anos todos de trabalho. De ver um vereador embretar uma maioria e seus assessores e de eu ser responsabilizado por que um deles encontrou um “furo” no RI e o fez cumprir.
Pelo acordo entre PP e MDB, quem assume a Câmara agora será a vereadora Solange Goettms (PP), até dezembro. Resta saber se, na próxima sessão, quando houver a escolha da Mesa Diretora, a direção da Casa chamará quem para comandar o processo – o vereador mais antigo.
Uma última coisa. Quem está comandando a Câmara de Vereadores de Tapera agora? A vereadora Vanize ou o vereador Vicari?
