TAPERA – Alta umidade dos solos favorece ataque de doenças

Postado em 30 dezembro 2015 16:00 por JEAcontece
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Todas as cultivares de soja possuem um potencial de rendimento máximo geneticamente determinado. A expressão máxima deste potencial só pode ser atingido se as condições de ambiente, as quais a cultura está submetida, forem favoráveis. Porém, em condições naturais de lavoura, uma grande quantidade de fatores podem interferir, isoladamente ou em conjunto, fazendo com que estas condições, ditas de ótimas, nunca sejam atingidas.

Neste período inicial de cultivo de soja, especialmente no ano de 2015, nos deparamos com diversos problemas causados por fungos de solo. Muito comum foi, logo após a semeadura, constatarmos falhas na germinação e emergência das sementes (podridões), morte de plântulas (podridões radiculares e tombamento) e populações de plantas reduzidas.

Neste momento é importante lembrar que as doenças causadas por fungos desenvolvem-se em ambientes com excessiva umidade do solo, durante ou logo após a semeadura da soja, bem como durante o período de emergência das plântulas (realizamos o plantio sob solos úmidos, e estamos sob ocorrência de altas umidades desde então, devido ao “El Nino”). Solos mal drenados, com problemas de compactação, ou submetidos a alta temperatura favorecem o ataque destes fungos.

Fungos de solo, como já diz o nome, são seres que vivem no solo naturalmente, que quando submetidos às condições já descritas podem causar doenças. Várias são as espécies de fungos causadoras de podridões e tombamento inicial, tais como Pythium, Fusarium, Rhizoctonia, Phomopsis, Colletotrichum, Aspergillus, Penicillum e Phytophthora. Na nossa região, este último, tem sido o mais importante ao longo dos anos, porém, a identificação exata da espécie só é possível através de testes de laboratório.

Não existem, de forma curativa, métodos de controle para eliminar o tombamento e as podridões, pois o local do problema fica abaixo do nível do solo, visto que, o ataque destes indivíduos são nas sementes e nas raízes. Muitas vezes, quando constatado que estas doenças diminuíram em demasiado a população de plantas, recomenda-se o replantio.

De forma preventiva, o principal método de controle é o uso de cultivar de soja com boa resistência. Tratamento de sementes com fungicidas indicados e boas condições físicas de solo como a não compactação que favorece a drenagem, podem minimizar o problema. Rotação de culturas pode ajudar, mas não elimina o problema. Semeaduras sob profundidades elevadas favorecem o ataque dos fungos.

De forma geral, nos anos com umidade acima do normal ou mesmo abaixo do normal no início de cultivo, são complicados para a formação da lavoura. Sobre o fenômeno “El Nino”, estamos recebendo informações de colegas agrônomos e técnicos agrícolas, que relatam problemas sérios no Estado devido a alta umidade. Em contrapartida, informações recentes indicam o mesmo problema no centro e norte de nosso país, porém, nestes lugares, a ocorrência se deve devido à baixa umidade.

RICARDO MÜLLER – Engenheiro Agrônomo

Postado em 30 dezembro 2015 16:00 por JEAcontece
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