Documento foi remetido ao judiciário nesta quarta-feira (2) e cinco pessoas foram indiciadas pela participação no crime
Após 84 dias de trabalho da equipe da Polícia Civil, foi finalizado o inquérito que investigou a morte da jovem Paula Chaiane Perin Portes, de 18 anos. O documento foi encaminhado ao Ministério Público e Poder Judiciário nesta quarta-feira, 2/9, e cinco pessoas foram indiciadas pela participação no crime.
De acordo com a delegada Fabiane Bittencourt, quatro indivíduos, entre eles, o foragido, foram enquadrados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e organização criminosa. Já o quinto elemento, que não tem prisão decretada, deve responder por ocultação de cadáver e organização criminosa.
Com a remessa do inquérito, agora o Ministério Público assume a investigação que foi produzida e vai efetivar a realização da denúncia. “Se o promotor entender que para o oferecimento da denúncia precise da produção de alguma outra prova, realizaremos, pois agora o inquérito passa por um novo olhar”, explica.
Fabiane pontua que na terça-feira, 1º/9, recebeu o resultado da necropsia. “É a prova que atesta a materialidade do crime de homicídio. Ela foi morta por meio de asfixia, com golpe chamado mata leão, o que referenda tudo aquilo que já foi comprovado durante a investigação”, assinala.
A delegada salienta que faltam chegar os resultados de algumas perícias, entre elas, de álcool, toxicológica, violência sexual, coleta de material biológico no carro de dois dos investigados e nos itens apreendidos na casa de um deles, e na bolsa, para fins de detecção de quanto tempo estava submersa.
Com relação a motivação, a Polícia Civil afirma que Paula tinha alguma informação que pudesse prejudicar os investigados. “Não conseguimos identificar o que ela sabia de tão importante. Acreditamos que seja algo que estivesse dentro do telefone dela, que inclusive não localizamos, porque provavelmente tenha sido inutilizado”, informa.
Fabiane revela o que fez a investigação chegar a esta conclusão com convicção. “No momento em que estava sendo executada, Paula referiu diversas vezes que poderia fazer a entrega do telefone para os indivíduos que estavam praticando o crime, dando a entender que no celular tinha alguma prova, talvez uma filmagem ou áudio, que os incriminassem”, declara.
A responsável pelo caso observa que no curso da investigação se conseguiu desvendar outras questões. “Comprovamos a existência de uma organização criminosa, que atuavam não somente no tráfico de drogas, mas também no contrabando de cigarros, ficando comprovado formalmente dentro da investigação. Da mesma forma, apuramos outras práticas, como uma outra tentativa de homicídio, por parte de alguns dos autores e outros fatos que estão sob investigação”, revela.
A delegada pontua que o primeiro veículo, de cor escura, utilizado pelos indivíduos para chegar até o local, e posteriormente para transportar pela primeira vez o corpo de Paula não foi identificado. “Esta questão, assim como outras, não excluem o contexto de todo o crime e do que aconteceu, não desqualificam a autoria e cenário do crime”, assegura.
Referente ao foragido, Fabiane garante que as buscas não cessaram. “Desde o primeiro dia da reunião da força tarefa, que se encerra nesta quinta-feira (3), fizemos diariamente diligências na busca dele. Até o momento não conseguiu localizar, mas continuamos, todas as informações recebidas são checadas, e ainda esperamos encontrar o Micael”, observa.
Com a conclusão do inquérito, a delegada crê que haja efetivamente a permanência da prisão destes indivíduos perigosos. “Comprovamos que estão praticando diversos crimes na cidade, já demonstraram de todas as formas a sua periculosidade e que não possuem condições de viver em sociedade”, informa.
Ela argumenta que este é o entendimento da Polícia Civil e do Ministério Público. “Esperamos que nesta nova fase do processo permaneçam encarcerados e condenados. Não há lógica nenhuma que sejam libertados com a quantidade de provas produzidas dentro desta investigação. Temos nos autos muitas provas hábeis a condenação destes indivíduos em sede de júri popular”, completa.
Fabiane Bittencourt acredita que o trabalho encerra com chave de ouro. “Era um caso complexo, de extrema gravidade, que demandou uma atuação incisiva, mobilização e dedicação de toda a equipe. Teve momentos que se achou que não iria mais se achar, mas graças à persistência e empenho, conseguimos localizar o corpo da Paula, nosso maior objetivo”, finaliza.
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