O câncer de cólon (intestino grosso) mata cerca de 1,2 mil gaúchos por ano. Consumo excessivo de carnes vermelhas e alimentos processados estão entre os fatores de risco
A morte prematura do ator do filme “Pantera Negra”, Chadwick Boseman, aos 43 anos, por câncer de cólon (intestino grosso) colocou em evidência esse tipo de tumor, que é um dos mais incidentes no Brasil, em especial na região Sul. E neste mês de setembro ocorre a campanha Setembro Verde, que alerta para a prevenção do câncer de intestino. Entre os fatores de risco estão o estilo de vida, idade, fatores familiares e genéticos. Consumo excessivo de carnes vermelhas e alimentos processados também estão nesta lista.
Por ano, o câncer de cólon mata cerca de 12 mil brasileiros, sendo cerca de 6,8 mil mortes na região Sudeste e 2,5 mil na região Sul (1,2 mil óbitos somente no Rio Grande do Sul), conforme dados do DataSUS. Somando o câncer de intestino grosso e o de reto, chamado de câncer colorretal, esses números passam para quase 20 mil mortes, sendo o segundo mais incidente na população brasileira, com 40 mil novos casos por ano, depois do câncer de mama nas mulheres e o de próstata entre os homens.
Câncer do intestino está ligado ao estilo de vida, idade e fatores genéticos
A alimentação não saudável, bem como o consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) estão entre os principais fatores de risco para o câncer de intestino. “Um dado que chama atenção, e tem relação direta com este tipo de câncer, é a drástica redução de alimentos in natura na dieta do brasileiro e a crescente participação de alimentos industrializados, processados”, comenta o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.
A incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos e as estatísticas mostram crescimento também na faixa etária de 40-49 anos de idade. “Outros fatores de risco são o sedentarismo, a obesidade, a história familiar, tabagismo e fatores genéticos hereditários”, destaca Machado.
“Churrasco deve ser consumido com moderação”
Portanto, o típico churrasco gaúcho é também fator de risco para o câncer de intestino. “Fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas pode criar compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e colorretal. O churrasco deve ser consumido com moderação”, explica Dr. Alex Seidel, também oncologista do CTCAN.
Atenção aos sintomas
Os principais sinais do câncer de intestino são inespecíficos, podendo ocorrer em inúmeras condições benignas: sangue nas fezes, massa (tumoração) abdominal, dor abdominal, perda de peso e anemia e mudança de hábito intestinal. “Em caso de sintomas como esses que perdurem por algumas semanas, um especialista digestivo deve ser procurado. Esse tipo de câncer é passível de diagnóstico precoce pela colonoscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes, que devem ser feitos a partir dos 50 anos de idade. O diagnóstico precoce é sinônimo de imensa chance de cura sem necessidade de tratamentos extensos”, enfatiza Seidel.
Assessoria de Imprensa CTCAN
