Secretário estadual da Agricultura se manifesta sobre casos de raiva herbívora

Postado em 26 abril 2019 16:01 por JEAcontece
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Após a morte de rebanhos em Tio Hugo e Soledade, neste mês, Covatti Filho esclarece que o governo do estado está tomando as medidas necessárias para evitar a proliferação da doença

A região Norte do estado registrou mais um caso de raiva herbívora no município de Tio Hugo, na comunidade de Linha Machado, local em que bovinos foram diagnosticados com a doença através de exames conduzidos pela médica veterinária que atua na Secretaria municipal de Agricultura daquele município, Laianni Kitzmann. No início deste mês, um surto da doença já havia vitimado animais em uma propriedade de Soledade. Em ambas as situações, os rebanhos foram infectados por morcegos hematófagos portadores do vírus Lyssavirus. Eles transmitem a enfermidade aos animais através da mordida (saliva).

Diante da possibilidade da doença se alastrar para municípios vizinhos, o Diário já havia apurado, junto à Inspetoria Veterinária Zootécnica (IVZ) de Carazinho, que o risco é baixo. Segundo o fiscal estadual agropecuário Daniel da Silva Lucas, que atua no órgão, os morcegos portadores da doença podem infectar rebanhos num raio de até 12 quilômetros de seu ninho, logo, os morcegos que passaram a doença para o rebanho em Soledade não chegarão a Carazinho ou Passo Fundo, por exemplo.

– O que pode ocorrer é haver uma superlotação de morcegos nesse local e a espécie se dividir, com um grupo buscando um novo local para viver. Aí entra a chance deles migrarem para outros municípios. A possibilidade dessa migração acontecer, no entanto, é baixa – explicou Lucas, no início do mês, em entrevista ao Diário. Nesse contexto, não há ligação entre a raiva herbívora constatada em Tio Hugo e a de Soledade, já que os municípios estão a uma distância aproximada de 40 quilômetros.

Recomendação aos criadores
Como precaução, a recomendação da IVZ de Carazinho é para que os criadores de gado vacinem seus animais. A vacina antirrábica para bovinos é encontrada em casas agropecuárias. Outra dica é prestar atenção em possíveis alterações no rebanho. “Se forem constatadas mordeduras nos animais seguidas dos sintomas de raiva – incoordenação motora, salivação excessiva, insensibilidade ao toque, flacidez ou desvio lateral de cauda – é importante comunicar a Inspetoria e adotar as medidas necessárias”, explica Lucas.

Posição do estado
Em entrevista ao Diário, o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, disse que o governo gaúcho tem conhecimento sobre os casos de raiva herbívora na região Norte e já vem tomando medidas para evitar a proliferação da doença. “Estamos fazendo os estudos necessários através dos veterinários que atuam nas inspetorias estaduais desse municípios. É um assunto bastante delicado e por isso precisamos agir o mais rápido possível para evitar o contágio da doença em outros rebanhos. Sabemos dos riscos que a raiva representa e queremos oferecer segurança aos nossos criadores”, disse.

Por ora, Covatti Filho citou que estão sendo colhidas amostras dos animais infectados e, na sequência, serão pensadas estratégias que contemplem os criadores de bovinos do Norte gaúcho. Sobre um possível embargo à carne gaúcha por parte dos países compradores, ele disse que “a proteína animal produzida no estado é de alta qualidade e o governo permanece atento para todas as situações que possam comprometer o comércio do produto no mercado internacional. Hoje, a Secretaria conta com grande aparato técnico e infraestrutura física e laboratorial para fazer o enfrentamento de casos de raiva, entre outras doenças”, finalizou.

“Estamos fazendo os estudos necessários através dos veterinários que atuam nas inspetorias estaduais desse municípios. É um assunto bastante delicado e por isso precisamos agir o mais rápido possível para evitar o contágio da doença em outros rebanhos”.

Postado em 26 abril 2019 16:01 por JEAcontece
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