O último levantamento da safra de grãos 2014/15 realizado pelo IBGE em fevereiro estima a produção de 11,8 milhões de toneladas no estado, alta de 1,29% no volume. Entretanto, o crescimento foi sobre 11,3 milhões de toneladas produzidas em 2014, ano no qual o agronegócio sofreu bastante com a seca e já vinha de uma queda brusca, ante 12,4 milhões de toneladas produzidas em 2013.

Para o analista de agronegócio da FAEMG, Caio Coimbra, as quebras causadas pela falta de chuva podem ser bem maiores que as estimadas pelo Instituto: “Estamos recebendo informações de produtores e sindicatos que a safra poderá ser menor devido a estiagem no momento da floração/enchimento de grãos das lavouras 2014/15 ”.

IBGE
De acordo com as estimativas do IBGE, mesmo com a seca e as altas temperaturas, a 1ª safra mineira de milho continua sendo a maior do país. A expectativa é que sejam colhidas 5,7 milhões de toneladas, recuo de 0,86%. Quanto a área cultivada pode ter redução 5,72%, se comparada à anterior. “Isso se deve à preferência pela soja, que estava remunerando melhor na época do plantio”, explica Caio. Já a tendência para a 2ª safra é que a área e a produção se mantenham estáveis se comparados à anterior.

Com relação à soja, a previsão é colher 3,59 milhões de toneladas, produção 7,19% superior em relação à safra 2013/14. A área colhida deve ser de 1,33 milhão de hectares, o que representa aumento de 7,6%. O longo período de estiagem coincidiu com a fase de floração/enchimento de grãos e as variedades precoces sofreram mais. As variedades tardias devem sofrer menor impacto ou até mesmo não serem afetadas devido à chuva, que voltou a partir de janeiro.

Produtividade
Outra expectativa é com a colheita de 510 mil toneladas de sorgo, que é mais tolerante a períodos de estiagem, e apresentou alta na produção de aproximadamente 1%. A área colhida total, devido às grandes perdas na primeira safra, deve cair 0,5% em relação à safra anterior, com 167,6 mil hectares.

A estiagem em janeiro afetou bastante a produção de feijão em algumas regiões, como norte de Minas que registrou quebra de 80% em certos municípios. No estado, espera-se que a área colhida seja de 119 mil hectares, o que representa uma redução de 7,68% em relação à safra passada. A produção deve cair em 3%, ficando em 556 mil toneladas.

Os dados da soja, do feijão e do sorgo deverão ser confirmados até o final de abril e, em maio, o de milho primeira safra.

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