A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2012 deve atingir 160,3 milhões de toneladas, superior em 0,1% à obtida em 2011 (160,1 milhões de toneladas) e 0,6% maior do que a estimativa de abril. Os dados fazem parte da quinta estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) em 2012, divulgada ontem (05/06/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A área a ser colhida em 2012, de 49,9 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 2,5% ante a área colhida em 2011 e é 0,7% menor que a estimativa do mês anterior.
Entre os 26 produtos selecionados, 13 apresentam variação positiva e 13 negativa. As três principais culturas (arroz, milho e soja), que somadas representam 91% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, respondem por 84,6% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, o arroz apresenta uma redução na área de 11,9%, o milho, acréscimo de 12,4% e a soja, acréscimo de 3,3%. Em relação à produção, o arroz mostra redução de 13,5%, o milho, aumento de 21,7% e a soja, redução de 12,4%.
Ainda segundo o IBGE, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição nas grandes regiões: Centro-Oeste, 66,1 milhões de toneladas; Sul, 57 milhões de toneladas; Sudeste, 18,6 milhões de toneladas; Nordeste, 14 milhões de toneladas e Norte, 4,6 milhões de toneladas.
Na comparação com a safra passada, houve aumento nas regiões Norte de 4,6%, Sudeste de 8,2% e Centro-Oeste de 17,8% e decréscimos nas regiões Sul de 16% e Nordeste de 3,5%. Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com 23,6% de participação, seguido por Paraná (19,5%) e Rio Grande do Sul (12,3%), sendo que os três estados juntos representam 55,4% do total nacional.
Safra de milho deve superar a de soja, mostra Conab
Com crescimento de 53,1% na produção da segunda safra — o que equivale a um total de 11,42 milhões de toneladas — o milho foi o destaque apontado pela Companhia Nacional de Abastecimento(Conab) no levantamento de grãos 2011/2012, divulgado ontem (05/06/12). A expectativa é que, juntando a primeira e a segunda safra, se chegue a uma produção total de 67,79 milhões de toneladas, superando inclusive a safra de soja, estimada em 66,37 milhões.
A produção total de grãos deverá alcançar 161,23 milhões de toneladas. Segundo a Conab, isso representará, caso sejam confirmados os números, queda de 1% na comparação com a safra 2010/2011, (quando foram registrados 162,80 milhões de toneladas.
Os grãos que apresentaram reduções mais significativas foram a soja, com queda de 8,96 milhões de toneladas, e o arroz, que registrou redução de quase 2 milhões de toneladas. Esse recuo, destaca o estudo da Conab, se deve “às condições climáticas não favoráveis”, principalmente no período entre 15 de novembro de 2011 e 15 de janeiro de 2012.
A entidade sustenta que as lavouras mais afetadas foram as de milho e soja na Região Sul, em parte do Sudeste e no sudoeste de Mato Grosso do Sul. Aponta também, como problema, a “forte estiagem nos estados nordestinos, que causou perdas em todas as culturas”.
No Nordeste, sobretudo no Semiárido, a estiagem castigou a produção em geral, com queda de 20,2 % em relação à safra passada. No semiárido, as perdas foram superiores a 80%. No Rio Grande do Norte, a redução ficou em 89,6% para o feijão e em 91.9% para o milho. No Ceará, as perdas do feijão chegaram a 84,7% e as do milho a 87%.
A área cultivada de milho segunda safra cresceu 22,0 %, ou 1,3 milhão de hectares. A de soja registrou aumento de 3,5% (ou 856,5 mil hectares). A de arroz e de feijão apresentou redução. No caso do feijão, a Conab aponta como justificativa da queda problemas na comercialização, dificuldades climáticas na Região Nordeste e os preços baixos durante o estabelecimento da primeira safra. No caso do arroz, a justificativa está relacionada à falta de água nos reservatórios, ao aumento no custo de produção e aos preços pouco atrativos.
A estimativa total de área plantada no país é 51,05 milhões de hectares, número 2,4% maior que apresentado na safra 2010/11, que registrou 49,87 milhões de hectares.
Agência Brasil