Em audiência pública na Assembleia, dirigente da agência reguladora afirma que Estado não estava preparado para o alto consumo no verão
O conselheiro-presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), Carlos Martins, admitiu que o Rio Grande do Sul corre o risco de sofrer com novo apagão caso o inverno deste ano seja muito rigoroso. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, Martins disse que o Estado não estava preparado para o alto consumo de energia do verão, que bateurecordes de calor e teve mais temporais que o esperado.
“Não temos falta de energia, mas problemas para distribuir”, diz presidente da Agergs
Segundo o conselheiro-presidente, até dezembro de 2013 as três principais concessionárias do Estado (AES Sul, CEEE e RGE) apresentavam índices satisfatórios na prestação de serviços. Esse cenário mudou em janeiro de 2014, quando as empresas não conseguiram lidar com a sobrecarga do verão.
Números informados pelo conselheiro-presidente na audiência apontam aumento de 59% no número de reclamações referentes ao serviço de energia no Rio Grande do Sul. De metade de dezembro a metade de fevereiro, foram 16 mil queixas de consumidores. Nos 60 dias anteriores, haviam sido 10 mil.
A principal meta, que avalia o tempo que o consumidor fica sem energia, deixou de ser cumprida a partir do primeiro mês do ano. A Agergs avalia que o principal problema da CEEE seriam as perdas não técnicas – ligações irregulares feitas por não consumidores, os conhecidos “gatos”. Para a CEEE, esse número representa 30% do consumo, quando o tolerado pela Aneel são 15%. O responsável pela agência reguladora diz que isso representa perda de capacidade de investimento.
Martins ainda afirmou que a Agergs, responsável por parte da fiscalização no Estado, só conseguirá manter pleno funcionamento caso aumente seu quadro de funcionários. Com o tamanho da atual equipe, a agência afirma que essa responsabilidade deverá ser repassada à Aneel.
– A Agergs não tem mais condições de fiscalizar com o quadro que tem – afirmou Martins.
(Clicrbs)