Encontro na próxima quinta-feira definirá futuro do Estadual
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e o governo do Estado adotam cautela sobre o retorno do Gauchão antes da reunião entre o presidente da entidade esportiva, Luciano Hocsman, e o governador Eduardo Leite, marcada para a próxima quinta-feira (18). Apesar do cenário, o presidente da FGF evita fazer projeção pessimista sobre o começo do Gauchão. Segundo ele, o fundamental neste momento é conseguir junto ao governo uma aprovação do protocolo para realização de jogos.
— Nós sempre trabalhamos sabendo que essa situação das bandeiras era muito instável. Não muda o nosso planejamento. O nosso protocolo logístico não está ligado à questão das bandeiras — afirmou Hocsman, em tom otimista, mesmo entendendo que a data de 19 de julho para reinício do Gauchão pode ser protelada.
A atualização das regras de distanciamento controlado feita pelo Piratini no final de semana aumentou as restrições de atividades em diversas regiões gaúchas e gerou dúvidas sobre a possibilidade de o campeonato ser retomado no próximo mês. A mudança que pode gerar maior impacto no Gauchão neste momento foi a bandeira vermelha, de alto risco, dada para a região da Serra. Mais do que impedir Caxias, Juventude e Esportivo de realizar treinamentos, a alteração torna inviável o planejamento da FGF de Caxias do Sul e Bento Gonçalves dividirem com Porto Alegre a condição de sede dos jogos finais do Estado.
— O Estado tem poucas regiões com bandeira amarela. Nessas regiões, podem acontecer jogos. Um campeonato de nível estadual fica comprometido. Neste momento, parece difícil o retorno de um campeonato esportivo como o Campeonato Gaúcho, mas estamos sempre abertos para discussão e para sermos convencidos. Vamos ouvir e tomar decisões respeitando as vidas das pessoas — disse o governo Eduardo Leite em entrevista ao programa Jornal do Almoço, da RBS TV, na segunda-feira (15).
Na semana passada, em reunião entre Hocsman e o secretário estadual de Esporte e Lazer, Francisco Vargas, a data de 19 de julho foi tratada como possibilidade de começo do Gauchão. A evolução dos casos de covid-19 no Estado, no entanto, pode mudar essa projeção.
— A questão das datas é mais para posicionar a visualização. A FGF vai cumprir aquilo que for determinado pelo governo — reiterou Hocsman.
Entre as propostas que serão apresentadas pela FGF ao governo do Estado na quinta-feira (18), está a limitação de 200 pessoas nos estádios durante os jogos, testagens para covid-19 para todos os envolvidos no evento – incluindo membros da imprensa, gandulas e funcionários da FGF. Já está descartada a possibilidade de torcedores nas arquibancadas. O secretário Francisco Vargas elogiou as ideias apresentadas pela Federação na reunião da última semana.
— Eles apresentaram um projeto muito bem desenvolvido. Não estava pronto, mas encaminhado. Naquele momento eram três sedes, uma estava em amarelo e duas em laranja. Agora tem duas em vermelho. O projeto da semana passada tem de ser melhorado porque houve uma piora na situação que vivemos — citou.
O secretário de Esporte e Lazer garante que o governo não pretende abrir uma exceção para o futebol. Dessa forma, a volta estará condicionada que a cidade-sedes dos jogos não receba a classificação de bandeira vermelha.
— As regras de distanciamento controlado são baseadas em dados, em pesquisa científica. Nós não podemos correr o risco de ampliação da doença mesmo com todas essas colocações feitas pela FGF. Todo o esforço que estamos fazendo tem o sentido de preservação da vida humana – afirma o secretário, que diz que ser necessário ter cautela mesmo que todos os envolvidos nos jogos façam testes para covid-19.
— Não existe garantia de 100% nos testes. O assintomático poderá não aparecer nos testes, mas em um exame posterior ter a comprovação do contagio. Imagina um jogador, por uma razão qualquer, contrair o vírus e viajar no ônibus fechado com toda a delegação? — questiona Vargas.
Neste momento, a única cidade que tem clubes no Gauchão que está com a bandeira amarela na classificação do governo do Estado é Pelotas. Apesar disso, Pelotas e Brasil-Pel sequer retornaram aos treinamentos.
Gaúcha ZH
