Números do observatório Região de Saúde apontam aumento significativos de casos, hospitalizações e óbitos nas últimas semanas
Durante entrevista à Rádio Diário AM 780, o professor Julcemar Zilli, membro do Observatório Regional de Saúde, apresentou números preocupantes sobre a Covid-19 nos 62 municípios que compõe a região de Passo Fundo no mapa do sistema de distanciamento controlado. Neste momento, considerado o novo modelo adotado pelo Governo do Estado para avaliar o avanço da doença, a região está em estado de alerta.
“Quando o Governo identifica tendência de aumento de casos, de ocupação de leitos e óbitos já dispara o alerta, informando a região de que algo precisa ser feito e um plano de ação precisa ser adotado”, explicou.
Segundo ele, na segunda quinzena de maio a região computada 285 casos para cada 100 mil habitantes. Nesta segunda-feira (14), o número já era de 604 casos para o mesmo percentual de habitantes. De 1.900 casos em um mês, o salto chegou a 4.029.
“Mais que dobramos este indicador. Somente nos últimos sete dias, o aumento de casos foi de 14,5%. Isso mantém a região em alerta e reflete automaticamente no número de óbitos. Foram 83 em toda região na última semana, aumento de 9,2%”, frisou, lembrando que a ocupação de leitos de UTI está acima dos 100%, embora a ocupação de leitos clínicos vem diminuindo, queda de 6% na última semana.
“A região de Passo Fundo, que compreende 62 municípios é a segunda em maior incidência de casos, estando atrás somente da região de Santa Rosa, que contabiliza neste momento 681 casos a cada 100 mil habitantes”, apontou.
Mesmo que o índice de internações clínica esteja diminuíndo, Zilli não acredita num decréscimo constante, diante do aumento de casos.
“Provavelmente alguns terão a necessidade de hospitalização. Precisamos urgente adotar medidas, seguir os protocolos já aprovados de forma adequada, aqueles que todo mundo já conhece. Precisamos de mais tempo seguindo isto à risca para perceber uma melhora”, analisa.
Considerando o avanço da vacinação, mesmo que de forma lenta, e o índice de pessoas já que foram contaminadas pelo coronavírus em relação ao crescimento de novos casos, o professor não concorda que a população esteja sendo mais testada e sim, adotando comportamentos perigosos em relação à doença como, por exemplo, as festas clandestinas.
“Não estão sendo feitos mais testes. A testagem está em patamares semelhantes. É descuido da população que flexibiliza os cuidados, continua com aglomerações e festas clandestinas e não realiza o isolamento da forma correta. Tudo isso reflete no aumento”, lamentou.
Zilli ressaltou que no momento em que um membro da família testar positivo, os demais devem se isolar também, mesmo que apresentem exame negativo, diante do risco do chamado falso negativo.
Ainda sobre os leitos, o professor informou que a região possui 165 leitos de UTI, 57% deles ocupados por pacientes com Covid-19 e os demais por pessoas que estão acometidas por outras enfermidades.
Diário da Manhã
