A obra de duplicação da BR-386, entre Estrela e Tabaí, no Rio Grande do Sul, que tinha previsão de conclusão para o segundo semestre de 2013, deve atrasar. Dos 33,5 quilômetros, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) enfrenta problemas para a execução do projeto em um trecho de 9 quilômetros onde há uma aldeia indígena. A Funai exige a realocação da tribo.
Para que as partes cheguem a um acordo, uma audiência pública foi realizada para debater a desapropriação de terra. São 43 processos em andamento, e o valor das indenizações vai depender do tamanho do terreno e das construções no local. “Infelizmente esses 9 quilômetros já estão comprometendo o cronograma de entrega da obra”, diz o superintendente estadual do Dnit, Vladimir Casa.
De acordo com o Dnit, o projeto de realocação da aldeia deve ser concluído até o fim do mês de maio. Depois de alguns ajustes que devem ser feitos, será iniciada a licitação para a construção da nova aldeia. “Na audiência pública fazemos uma exposição para as pessoas sobre como vamos realizar as audiências de conciliação, o que elas precisam trazer, e a necessidade de elas comparecerem”, explica o juiz federal do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscon) Hermes Siedles.
Na primeira audiência, cada família recebeu um laudo de avaliação do imóvel e a data da audiência de conciliação. Alexandre Vieira, que vive às margens da rodovia há 33 anos, pretende analisar os números com a família. “Achei meio baixo o valor, a gente vai ter que conversar”, disse.
A reportagem entrou em contato com a Funai, que avisou que deve se manifestar na sexta-feira (4).
G1RS