Produtores são multados por “manutenção” de soja guaxa em MT

Postado em 17 setembro 2012 07:33 por JEAcontece
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Foram encontradas plantas tiqueras em 200 áreas fiscalizadas. Em pelo menos 200 áreas fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura (Mapa), foram encontradas plantas de soja guaxa (ou tiguera) em Mato Grosso. A informação foi confirmada ao Agrodebate pelo coordenador da Comissão de Defesa Vegetal da Superintendência Federal da Agricultura no estado (SFA-MT), Wanderlei Dias Guerra. A soja tiguera é a principal propagadora da ferrugem asiática, doença que compromete a produção de soja.

Estas plantas são aquelas que germinam de grãos que restam nas lavouras após a colheita ou dos que caem das carretas durante o transporte. A doença é causada por um fungo que se propaga facilmente com a ação dos ventos aliada ao clima quente e seco neste período do ano. Uma das medidas preventivas no combate à ferrugem é o vazio sanitário. Desde o dia 15 de julho até o próximo sábado (15) está proibido o plantio de soja. Em seguida, com a mesma finalidade de prevenção, entrará em vigor o vazio sanitário para o algodão em Mato Grosso.

Multas
O produtor que descuida da área e deixa surgir a planta no período de proibição pode ser penalizado. As multas podem chegar a 30 Unidades de Padrão Fiscal por hectare, o equivalente a R$ 1,3 mil em Mato Grosso.

Nessa semana um produtor de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, foi multado em 400 UPFs. “Encontramos plantas dentro de uma área de 200 hectares. O fato dele ter sido multado não exclui a obrigação de eliminar as plantas. Caso não tivesse feito isso, seria multado novamente”, informou o agrônomo do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) no município, Rodrigo Vicenzi.

A soja foi encontrada em meio a plantas de crotalária, uma leguminosa usada para o combate a pragas como nematóides (que provoca nanismo), ajuda na incorporação de nutrientes ao solo e até para a proteção contra incêndios nas propriedades. A recomendação para esses casos é verificar se há alguma soja guaxa antes do plantio da barreira. “O controle da soja em meio à crotalária não é muito fácil. São poucos os produtos que matariam a soja e não a vegetação de proteção. Mas ele deveria ter limpado a área antes da semeadura da crotalária”, explica o agrônomo.

Focos
Durante fiscalizações pelo estado, a equipe do Mapa registrou diversos focos da doença desde o início do vazio sanitário. Em algumas regiões os produtores limparam a área, mas devido às chuvas a soja guaxa voltou a aparecer. Wanderlei Guerra registrou essa situação em Sapezal, a 473 quilômetros de Cuiabá, e enviou fotos ao Agrodebate. “Felizmente as chuvas estão atrasadas por aqui e o plantio ainda não deve começar em 15 de setembro”, avaliou Guerra. Em uma outra situação flagrada pela equipe, plantas afetadas estavam crescendo na cidade. “Veja este caso em Sapezal, a planta de soja cheia de ferrugem e ainda por cima sendo irrigada”, relatou. Em Lucas do Rio Verde, a 360 quilômetros da capital, também houve registros na zona urbana.

Ferrugem
O Brasil registrou 265 ocorrências de ferrugem asiática na safra 2011/12 de soja. Em primeiro lugar aparece Goiás (108 focos), seguido de Mato Grosso (88) e Paraná (20). Os dados são do Consórcio Antiferrugem, que envolve a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), juntamente com universidades e entidades privadas e públicas ligadas ao setor agropecuário.

Agrodebate..

Postado em 17 setembro 2012 07:33 por JEAcontece
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