Sanidade, genética e alimentação são traços indispensáveis quando o assunto está relacionado a produtividade e eficiência na agropecuária de leite.

Além disso, resolver o gargalo comum para a atividade com a escassez de mão de obra, tem provocado um amplo movimento dos agricultores brasileiros em busca de tecnologias em processos de automação.

A adoção de um sistema para robotização da ordenha, vem apresentando-se como uma tendência mundial, capaz de promover mais eficiência do que a mão de obra humana e proporcionar ganho de produtividade. O modelo que vem sendo adotado de maneira tímida, pelo alto custo financeiro, já encontra adeptos no Oeste catarinense.

A família Stein, moradora da Linha Centro Aguinhas, no interior da cidade de São Carlos, é um exemplo.

Os pecuaristas contam que são associados ao Sicoob Creditaipu desde o ano de 2011 e recentemente instalaram a terceira ordenha robotizada na propriedade. O apoio financeiro indispensável para viabilizar o investimento originou justamente dessa parceria com a cooperativa, e assim, os empresários rurais puderam consolidar o projeto, agregando ainda mais qualidade e valor de mercado para o leite produzido.

Com o robô, a ordenha ocorre ininterruptamente. No dia, os animais costumam ser ordenhados três vezes, mas algumas vacas podem realizar até mais ordenhas diárias. Segundo os produtores, o fato de a ordenha ser realizada mais vezes, em diferentes períodos, melhora o bem-estar dos animais. Além disso, com a utilização do sistema é a vaca que decide quantas ordenhas quer fazer no dia, ou a hora que ela gostaria de ser ordenhada.

A central controla desde o funcionamento da bomba de vácuo, o processo de limpeza, ordenha em si, além da análise do leite e o descarte do que for impróprio para o consumo e fornece um arsenal de informações para os produtores tomarem decisões. Por meio desses dados, um dos principais aspectos trabalhados nas propriedades é o melhoramento genético

Há 30 anos na profissão, o senhor Darci Stein, conta sobre as dificuldades que encontrou ao iniciar no segmento com apenas duas vacas, e que ao longo dos anos os investimentos realizados agregaram excelência e eficiência ao empreendimento. “No início nós ordenhávamos duas vacas, eram 15 litros de leite por dia. Hoje na ordenha temos 145 animais”.

O modelo implementado na fazenda é marco das decisões deliberadas em família e tanto as melhorias estruturais quanto os investimentos em tecnologia com a robotização, advêm desse desejo pela sucessão familiar. “Essa tecnologia vem da Alemanha e está no Brasil há quatro anos, na época da apresentação do produto no país eu acompanhei esse lançamento” explicou Everton, o primogênito, que disse ainda. “Esse é o terceiro robô que está sendo instalado na propriedade. Hoje por dia são entregues 5 mil e quatrocentos litros de leite e a nossa perspectiva é de aumentar com o terceiro robô em funcionamento. Eu vejo também que o grande gargalo da sucessão familiar está atrelado a isso, investir na propriedade ou não. A nossa decisão em continuar na atividade, minha e do meu irmão, partiu da ideia de que assumiríamos a propriedade, mas para isso era necessário realizar investimentos em alta tecnologia para viabilizar esse aumento de produtividade e uma melhora na qualidade de vida”, complementou o agricultor.