PASSO FUNDO – Violência doméstica: mulheres perdem o medo e denunciam agressores

Postado em 18 março 2020 09:10 por JEAcontece
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Maria, Irene, Susana, Madalena, Brenda, Lúcia, Eva e diversas outras mulheres passo-fundenses têm uma coisa em comum: viram a morte se aproximar algumas vezes, encomendada pelas mãos de quem lhe prometeu “amor eterno”.

O “conto de fadas” do casamento se ‘foi’ junto aos fios de cabelo, puxados pelas mãos do companheiro. As vidas amorosas dessas mulheres foram se acabando em cada briga, discussão e agressão com seus maridos.

Violência doméstica: uma expressão tão antiga, porém ainda atual. No ano de 2019, 294 mulheres que foram agredidas pelos seus companheiros procuraram ajuda e tiveram acompanhamento da Brigada Militar em Passo Fundo.

A Patrulha Maria da Penha trabalha para desenvolver um trabalho de empoderamento feminino. O projeto existe há sete anos no estado e seis anos na cidade de Passo Fundo.

O projeto visa orientar mulheres vítimas de violência doméstica a registrarem o fato que elas viveram, seja violência patrimonial, sexual, física, moral ou psicológica.

A reportagem da Rádio Planalto News entrou em contato com a soldado Daiane Nickel, do 3º Regimento de Polícia Montada (3º RPMon), que pertence à Patrulha para saber mais sobre as atividades realizadas.

Algumas vítimas ainda tem medo de registrar ocorrência contra seus companheiros?

Sim. Ainda existem mulheres que possuem certo ‘medo’ de registar ocorrência contra seu companheiro.

Conforme a soldado, as mulheres que não registram ocorrência de Maria da Penha geralmente são dependentes economicamente do agressor e possuem filhos com os mesmos. Na maioria dos casos, os homens agridem as mulheres pelo fato de estarem sob efeito de álcool, droga e até mesmo pelo ciúme.

Onde que entra a Patrulha Maria da Penha na vida dessas mulheres?

A patrulha começa as atividades a partir do registro de ocorrência da vítima. No momento em que o Poder Judiciário expede a medida protetiva, a Brigada Militar passa a acompanhar as mulheres na residência, não tendo horário para realizar as visitas.

“Geralmente a primeira visita é a que demora um pouco mais, porque é a oportunidade em que a gente explica como funciona a patrulha e a rede de proteção que existe no município”, salienta Daiane.

Normalmente, a patrulha trabalha com as visitas domiciliares, onde é avaliada a residência. “A mulher é orientada, normalmente, a não correr para a cozinha, pois é um local com facas e outros itens que podem ser usados pelo agressor contra a vítima”, destaca a soldado.

Além das orientações, a Brigada Militar realiza palestras no município e até mesmo em outras cidades com a intensão de conscientizar e empoderar as mulheres a denunciar e não sofrerem mais tanto.

Só no ano passado, 294 mulheres solicitaram medidas protetivas no registro da ocorrência. Dessas, 19 retornaram com seus companheiros e deixaram o acompanhamento. Ao todo, 26 dessas mulheres eram vítimas vulneráveis e com quem a polícia manteve o contato direto.

No ano, 13 homens foram presos por descumprimento das medidas protetivas.

Sem a Patrulha Maria da Penha, a Brigada Militar atendeu 288 ocorrências de violência doméstica em Passo Fundo.

Os policiais realizaram um total de 277 palestras de prevenção em Passo Fundo e Pontão.

Mulher, não seja mais uma vítima. Denuncie!

Rádio Planalto

Postado em 18 março 2020 09:10 por JEAcontece
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