Neste final de semana duas pessoas foram detidas após usarem simulacro de arma de fogo para o crime em Passo Fundo. No primeiro caso, no sábado (27), um homem ameaçava pessoas com uma réplica de pistola, mais tarde apreendida pela Brigada Militar. No domingo um assaltante roubou um carro e fez duas mulheres e um bebê reféns usando novamente uma réplica de arma, o simulacro. O que chama a atenção é o realismo das réplicas, especialmente dos modelos usados no esporte airsoft.

A Uirapuru conversou com o delegado Diogo Ferreira, titular da Draco, da Polícia Civil, sobre o assunto, e ele revelou preocupação com a crescente banalização deste tipo de arma. Conforme o delegado, no passado o simulacro de arma de fogo era crime, mas as leis mudaram a partir de meados dos anos 2000. Com isso, portar uma réplica passou a ser punido apenas de forma administrativa. Na prática, se alguém for flagrado com a réplica o objeto é apreendido, feito registro e o responsável precisará explicar porque estava portando. Após, se comprovado que não estava usando para nada ilícito a réplica pode ser devolvida.

O delegado Diogo alertou que, para os efeitos legais, quem for pego após roubar alguém usando uma réplica de arma é enquadrado em roubo simples, diferente de quando usada arma de fogo, que trata-se de roubo majorado. Isso impacta em uma penalidade menor, no caso da réplica. O delegado disse que há regras para portar uma arma de airsoft, como a ponta do cano pintada de alguma cor forte, porém os criminosos pintam esta parte de preto facilmente e agora usam este equipamento para cometer assaltos.

Para o delegado, a lei que endureceu a pena para quem roubar alguém usando uma arma de fogo esqueceu do uso das réplicas e armas brancas, o que abriu caminho para esta nova modalidade de roubo.

Rádio Uirapuru