Madrugada do dia 12 de janeiro de 2019, Rio Grande do Sul, Passo Fundo, Bairro São Luiz Gonzaga, Rua Ana Neri, Presídio Regional de Passo Fundo, fuga em massa, a maior da história da casa prisional.
Quatro horas da manhã. Uma picape S-10 derruba o portão de entrada e dezessete apenados fogem do sistema prisional. Todos já aguardavam no pátio quando houve o arrombamento.
Imagens de câmeras de segurança mostraram os presos fugindo, todos a pé, uns para o mesmo lado, outros em direções diferentes e todos em uma forma de “liberdade”.
Após quase um ano da fuga, a cidade ainda procura por respostas.
A caminhonete era roubada?
Conforme a Polícia Civil, o proprietário, algumas semanas antes do ocorrido, havia sido vítima de um golpe, no qual o dono entregou o veículo e estelionatário fingiu um depósito na conta do lesado.
Como estão as investigações?
Segundo o delegado Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, as investigações estão quase concluídas, faltam algumas informações com a chegada dos dados da perícia, que estão em Porto Alegre.
O delegado destacou em entrevista exclusiva a Rádio Planalto News que esse caso foi um dos que mais chamaram atenção no ano de 2019 em Passo Fundo e logo que aconteceu o fato, uma investigação foi aberta. Ele informou que foram realizadas apreensões de objetos, inclusive no interior do presídio.
Foram ouvidas mais de 50 pessoas nas investigações, que esclareceram algumas informações da fuga e outras ocorrências que estavam ocorrendo no interior da casa prisional na época.
Os materiais que foram para Porto Alegre para a investigação eram computadores e outros objetos apreendidos, mas até o dia da entrevista (06/01/2020) a Polícia Civil de Passo Fundo ainda não havia recebido o laudo pericial do IGP da capital gaúcha.
A Polícia Civil pede prioridade para o IGP de Porto Alegre para a entrega dos dados, pois, conforme o delegado, com a chegada do material, a elucidação pode ser mais rápida.
Quem participou da fuga?
A reposta ainda é uma dúvida para a comunidade de Passo Fundo. O delegado destaca que para a elucidação é necessário que os dados cheguem logo em Passo Fundo para a confirmação e a finalização.
Divulgação da identidade dos responsáveis
Desde o dia em que aconteceu o fato, boatos e informações desencontradas se espalharam pela cidade. A população de Passo Fundo quer saber quem são os responsáveis. Ainda de acordo com o delegado, é provável que a Polícia Civil não divulgue a identidade dos responsáveis, pois a nova Lei de Abuso de Autoridade não permite que a polícia efetue uma antecipação de culpa ou divulgação mais detalhada do fato. “Infelizmente, a contra gosto, nós não poderemos divulgar a completa elucidação dos fatos para a imprensa e para a comunidade saber. Quem terá conhecimento será o judiciário e os demais autores”. Destaca Diogo Ferreira.
Alguns agentes foram afastados do presídio na época, por quê?
Segundo a Susepe, o afastamento acontece quando uma fuga dessa proporção é registrada. O órgão inicia uma investigação interna.
Se algum agente estiver envolvido da fuga, qual a pena?
Segundo Ferreira, se a investigação concluir que teve agentes públicos ligados à fuga, eles serão indiciados e depois remetidas cópias para a corregedoria do órgão para investigação, mas tudo isso depende do encerramento do trabalho de investigação da Draco. Destaca.
Dos 17 fugitivos, 15 foram recapturados e um morreu em confronto com a polícia.
O 16º fugitivo do Presídio Regional de Passo Fundo (PRPF) morreu na manhã do dia 10/07, após entrar em confronto com a Brigada Militar, na localidade de Mata Cobra, no interior de Carazinho, durante uma operação, deflagrada pela Polícia Civil. Ele era apontado de liderar uma quadrilha responsável por diversos roubos na região desde que deixou o PRPF, em janeiro.
Fotos: Susepe / Rádio Planalto
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