Município contará com aporte de R$ 97 mil para investir em ações contra o mosquito Aedes aegypti
Mais uma vez, a região fica em alerta com a dengue. Dessa vez, foi confirmado em Panambi, a cerca de 130 km de Passo Fundo, o primeiro caso do ano autóctone, ou seja, contraído dentro do Rio Grande do Sul. Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVs), da Secretaria Estadual de Saúde, nenhum caso de infecção autóctone ocorreu em 2018.
Para combater a doença, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, anunciou essa semana o repasse de mais de R$ 2,4 milhões para vigilância da dengue. Os recursos são destinados a 232 municípios priorizados para ações de combate à doença, além de chikungunya, zika e para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor das moléstias.
O aporte de recursos financeiros está dentro da estratégia de fortalecimento das áreas de saúde no período de veraneio, integrando a Operação Verão do governo do Estado. São priorizados os municípios impactados pelo crescimento significativo do contingente populacional e consequente aumento de demanda das ações e serviços de saúde locais.
“Essa verba vai ser entregue aos municípios, e o primeiro critério serão os municípios infestados, e outro levantamento importante são os municípios que estão em dia com os levantamentos dos índice de infestação”, afirma a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental (NVS), Ivânia Silvestrin.
Segundo Silvestrin, o município receberá aproximadamente 4% desse montante. “Passo Fundo foi contemplado, pois é município infestado, realizou quatro índices de infestação em 2018, e vai receber um recurso de R$ 97.411,51”, contabiliza.
Fiscalização ininterrupta
A chefe do NVS reitera que a vistoria continua, com ou sem o aporte do governo estadual. “Nós não interrompemos em nenhum momento o ciclo de vistoria aos imóveis. Durante todo ano a gente trabalha com essas visitas. Essas ações de fiscalização serão mantidas, justamente para eliminar esses criadouros”.
Silvestrin afirma que a verba será aplicada em várias áreas de atuação.”O que vamos elaborar, com a ajuda desse recurso, serão mutirões de limpeza de bairros, em ações para eliminar os criadouros mais recorrentes, paramentar a equipe que trabalha no controle do mosquito, e outras atividades nesse sentido”, indica a chefe do NVS, que planeja outros investimentos. “Também pensamos em investir em campanha publicitária, pois acho que o grande foco hoje é divulgar para a população que ela deve se cuidar. Principalmente nessa época do ano, pois as temperaturas mais quentes, é necessário cuidado redobrado com a água parada”.
Lei municipal
Em Passo Fundo, uma lei municipal nº 5173, de 29 de dezembro de 2015, estabelece normas para a prevenção da multiplicação das larvas do mosquito, prevendo multas leves, moderadas e graves aos proprietários e moradores de imóveis que não cumprirem com as obrigações de prevenção. “No ano passado, aplicamos 18 notificações de irregularidade de moradores que possuíam criadouros potenciais em seus terrenos. A vigilância foi lá, notificou o proprietário, ele não atendeu às exigências feitas pela vigilância, e recebeu um auto de infração. Em 2018, foram aplacadas quatro multas”, revela Silvestrin.
Os proprietários ou responsáveis por imóveis são obrigados a conservar a limpeza dos quintais, vedar caixas d’água e depósitos de água, eliminar a possibilidade de acúmulo de água, e manter as piscinas limpas de acordo com os processos de desinfecção e cloração. Caso contrário, o proprietário recebe uma série de sanções, incluindo multa. “A pena varia de R$ 400 até quase R$ 4 mil, classificada em leve, moderada ou grave”, aponta a chefe no NVS.
O último LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti) apontou uma infestação de 0,8% em Passo Fundo. “Existem focos em toda cidade. Conforme o último índice de infestação que fizemos em outubro, a maior incidência foi no bairro São Luiz Gonzaga. Também foi grande a incidência de focos de mosquito nos bairros São Cristóvão, Centro, Lucas Araújo, Vila Luíza e Santa Maria”, elenca.
Diário da Manhã
