PASSO FUNDO – Protocolo de atendimento para casos graves de gripe é mantido

Postado em 31 julho 2018 06:45 por JEAcontece
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Hospitais da região mantêm comissões de Controle de Infecções e seguem orientações padronizadas pelo Ministério da Saúde para conduzir o tratamento de pacientes com suspeitas de H1N1 e H3N2

É nesta época do ano que os casos de gripe se sobressaem em número de registros, sobretudo, na região Sul do Brasil, mas os protocolos de saúde adotados pelas instituições médicas para o atendimento de pacientes acometidos pelo vírus, que pode ser fatal, são mantidos e atualizados ao longo de todo o ano. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, por exemplo, os procedimentos são padronizados e seguem orientações de organismos federais, como o Mistério da Saúde, orientando, entre outras questões, medidas preventivas como o isolamento. Em Carazinho, o Hospital de Caridade reiterou que o setor de emergência, onde os pacientes dão entrada, está preparado para receber todo tipo de suspeita de gripe durante os doze meses do ano.

Esse atendimento é ressaltado pela gerente assistencial do HCC, Aline Vanessa de Ávila. “Na emergência do hospital, primeiramente, fazemos a classificação de risco e, quando há a suspeita de que se trata de uma gripe H1N1, por exemplo, realizamos alguns exames e posteriormente encaminhamos à Secretaria de Saúde do município que, por sua vez, conduz o exame para um laboratório especializado em Porto Alegre”, explica.

A partir daí, segundo Aline, o exame pode demorar mais de uma semana até retornar ao município. Nesse período, o Hospital já inicia o tratamento com medicação antiviral. Nas situações em que a suspeita é confirmada, é acionada a Comissão de Controle de Infecções Hospitalar (CCIH), que estabelece outros parâmetros para atendimento:

“A CCIH irá organizar um protocolo de atendimento com base nas especificidades do caso. Primeiramente, o paciente será levado a uma área isolada e os funcionários do hospital que necessitarem ter contato com ele, médicos, enfermeiros, funcionários da copa e da limpeza, tomarão algumas precauções, como por exemplo, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s), além da vacinação contra a gripe, que está sempre em dia entre os profissionais ligados à saúde”, comenta.

A farmacêutica do Serviço de Controle e Infecção do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Lidiane Pagnussat, explica que o protocolo de atendimento da instituição é atualizado anualmente e existe desde 2012. As atualizações são baseadas em normas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado. “O paciente que precisa de internação hospitalar e tem alguma suspeita, não só confirmação, o protocolo descreve desde o tratamento. Orienta as medidas preventivas, que deve ficar num leito de isolamento com precaução padrão. Os pacientes também tem que evitar circulação. Eles ficam num quarto restrito, sem ter acesso a outros locais, apenas em necessidade urgente. Se o quadro é muito grave, geralmente não fica muito tempo internado”, declara.

Dois óbitos e novo caso confirmado de H1N1 em Passo Fundo

Em Passo Fundo já foram registrados dois óbitos por H1N1 no mês de julho. Além disso, outro caso de H1N1 foi confirmado na cidade, na quarta-feira (25), sendo uma criança de seis anos que estava internada em uma unidade hospitalar. Os dois casos fatais foram de um homem de 69 anos e uma mulher de 77 anos, que não estavam vacinados.

A coordenadora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Passo Fundo, Marisa Zanatta, afirma que apesar dos dois casos, a situação não é alarmante no município, embora exista a preocupação de todo ano, principalmente no inverno. “É preocupante, mas está dentro do esperado. Esses casos de óbitos foram de pessoas que deveriam ter se vacinado. A chance de ter complicações, por estarem num grupo de risco, sem vacina, é grande”, afirma. Ela lembra que os dados do ano passado seguem superiores aos desse ano em nível estadual. Na semana 29, em 2017, foram 411 casos, além de 44 óbitos até esse período. Neste ano, foram registrados 302 casos confirmados 32 óbitos no Rio Grande do Sul. “É um pouco menos que o ano passado. Claro em Passo Fundo não teve óbito no ano passado, mas é difícil não ter algum. Caso de morte acontece todo ano, não apenas nesse período. A gripe é uma doença que pode levar a óbito”, relata. Até o último levantamento do boletim da Secretaria de Saúde do Estado, Passo Fundo registrou 19 casos da gripe, incluindo diferentes subtipos, neste ano.

Orientação

De modo geral, Aline reforça a importância da população manter os cuidados básicos com a higiene pessoal, sobretudo nesse período do ano em que os casos mais severos de gripe tendem a se manifestar com mais frequência. “A indicação é para que as pessoas sempre lavem as mãos e, quando estiverem em ambientes com a presença de muita gente, deixem as janelas abertas para haver maior circulação de ar. Ressalto, ainda, que quando surgirem sintomas como febre mais alta, dor de garganta e tosses intensas se dirijam às unidades de saúde dos bairros e à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Ao hospital, cabe o atendimento de casos de gripes mais graves”, cita.

Além da vacinação contra a gripe, a coordenadora de Passo Fundo relata a importância de outras medidas para prevenir a influenza. De acordo com Marisa, é importante manter as mãos limpas e realizar a lavagem após passar por locais públicos, utilizar álcool gel, não ficar em ambientes com muitas aglomerações, procurar ventilação de ambientes fechados. Outra questão importante abordada por ela é quanto aos cuidados no momento do espirro ou da tosse, para lavar imediatamente as mãos ou utilizar papel descartável. “São cuidados básicos que todos nós podemos fazer e muitas vezes não fazemos porque estamos só com a vacina, o que já acham que é garantido. Diminui em 50% a chance, mas é preciso ter cuidados”, finaliza Marisa Zanatta.

Quatro mil doses já estão à disposição em Passo Fundo

Passo Fundo já conta com mais quatro mil doses da vacina contra a gripe nos cinco CAIS da cidade (Boqueirão, Hípica, Petrópolis, São Cristóvão e Vila Luíza) desde a última sexta-feira (27). O novo lote foi repassado por outra coordenadoria, visto que o lote da 6a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) já havia se esgotado e não havia previsão de novas doses. No entanto, por ter sobrado unidades em outra região, elas foram encaminhadas para Passo Fundo. Na última semana, o lote inicial havia se esgotado na segunda-feira. “Não tínhamos mais para receber, agora temos essas doses extras. Estão nos cinco cais, é importante ressaltar a questão da importância da vacina, além da higiene básica para poder cuidar, porque também pode prevenir a doença”, completa Marisa. Ao todo, foram 800 doses encaminhadas para cada CAIS.

Entenda

Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias. Já os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O vírus influenza A é responsável pelas grandes pandemias e recebe o nome de gripe suína, entre eles encontramos os subtipos H1N1 e H3N2, que atualmente circulam em humanos. O H1N1 foi identificado na Califórnia em 2009, já o H3N2 em Hong Kong no ano de 2014. O vírus Influenza B é o vírus responsável pela gripe comum.

Diário da Manhã

Postado em 31 julho 2018 06:45 por JEAcontece
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