PASSO FUNDO – Projeto de extensão da UPF trabalha com monitores das casas de acolhimento de crianças e adolescentes

Postado em 15 junho 2015 08:02 por JEAcontece
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O projeto de extensão Educação e Cidadania, ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), está atuando desde o segundo semestre de 2014 com os monitores das casas de acolhimento institucional, mantidas pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social (Semcas) de Passo Fundo, que abrigam crianças e adolescentes em situação de  vulnerabilidade social. O projeto interdisciplinar envolve os cursos de Serviço Social, Jornalismo, Letras e Artes. O objetivo é promover o encontro entre os trabalhadores das casas de acolhimento (psicólogos, monitores e coordenadores) proporcionando uma interação para fortalecer a “reciclagem” pessoal e profissional. Além disso, a iniciativa pretende dar visibilidade ao trabalho desses monitores refletindo, assim, na qualidade do atendimento às crianças e aos adolescentes.

O projeto, que existe desde 2005, e teve diferentes focos de atuação ao longo do tempo, contribui para a promoção, proteção e defesa dos direitos humanos dos grupos sociais que se constituem como seu público-alvo, também opera na construção da cultura de direitos humanos junto à comunidade acadêmica – cursos e estudantes envolvidos na proposta.

Os monitores que trabalham nas casas de acolhimento são fundamentais para essas crianças e jovens que foram acolhidos após terem seus direitos violados de alguma forma. O projeto desenvolve uma série de oficinas de mídia e participam, ativamente, cerca de 15 monitores das casas de acolhimento Herbert de Souza e Roberto Pirovano Zanatta. As atividades são realizadas a cada quinze dias. “Reunimos  os monitores durante uma hora e desenvolvemos dinâmicas de grupo  através de textos e vídeos, por exemplo. Esses monitores trabalham com crianças e adolescentes que estão sob guarda judicial por algum tipo de infração de direitos, agressão verbal ou física, abuso. É um espaço para os monitores compartilharem experiências, refletirem sobre o trabalho”, explicou o coordenador do projeto, que é professor do curso de Letras da UPF, Hercílio Fraga de Quevedo.

O projeto identificou que esses monitores são, muitas vezes, invisíveis aos olhos da sociedade. “Quando o trabalho de um monitor é reconhecido, os resultados refletem em um melhor cuidado com as crianças. É um trabalho admirável e eles possuem muito carinho pelas crianças. Aplico dinâmicas de grupo planejadas e que fazem pensar as dificuldades do dia a dia e como superá-las”, ressaltou a acadêmica do curso de Serviço Social e estagiária do projeto, Karine Paludo.

Esse tema da invisibilidade social faz parte dos estudos da  estagiária do projeto. “É um desafio, porque geralmente o trabalho de assistente social é focado diretamente com as crianças e eu resolvi atuar com os monitores. É um trabalho conjunto que, no final, beneficiará os monitores e qualificará o atendimento das crianças”, revelou Karine.

Maria Izolde Aquino foi monitora durante cinco anos e atualmente coordena a casa de acolhimento institucional Herbert de Souza. “O projeto é um apoio e força pra seguir em frente. É um trabalho que mexe muito com o emocional. É um projeto que veio para nos fortalecer. Os monitores se sentem mais confiantes e é um momento que colocamos nossas alegrias, tristezas e desafios. Grande parte da população não tem ideia do que é uma casa de acolhimento”, declarou Maria Izolde.

 

O que é uma casa de acolhimento?

São atendidas nas casas de acolhimento institucional crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, residentes no município de Passo Fundo que estejam em situação de vulnerabilidade social, com seus direitos violados e necessitados da medida protetiva de abrigo, encaminhadas pela autoridade judiciária, conforme preceitua a lei no 12.010, de 03.08.2009, sem condições de permanência ou reintegração ao convívio familiar. A capacidade máxima é de vinte crianças/adolescentes em cada casa. As casas contam com uma equipe formada por psicólogos, pedagogos, educadores, assistentes sociais, entre outros profissionais. Em Passo Fundo, há quatro casas de acolhimento institucional: a Herbert de Souza, a Anita Garibaldi, a Roberto Pirovano Zanatta e a Casa Maria da Penha.

Trajetória do projeto

O projeto Educação e Cidadania surgiu há cerca de dez anos através de uma parceria da UPFTV com o curso de Serviço Social da UPF. Na época, foi elaborado e publicado um diagnóstico social de oito comunidades com maiores necessidades sociais de Passo Fundo: Bairro Zachia, Loteamento Jaboticabal, Loteamento Alvorada, Loteamento Manoel Corralo, Loteamento professor Schisler, Vila Bom Jesus, Vila Entre Rios e Vila Donária. A partir disso, o projeto começou a desenvolver oficinas baseadas nas demandas e discussões apontadas pela comunidade e as ações eram divulgadas pela UPF TV. No primeiro semestre de 2014, foi realizado um projeto piloto através de oficinas de mídia com jovens no conjunto habitacional Planaltina II. Já no segundo semestre do mesmo ano, então, o projeto voltou-se para as casas de acolhimento.

Assessoria de Comunicação da UPF

Foto: Gelsoli Casagrande

Postado em 15 junho 2015 08:02 por JEAcontece
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