Estudo realizado por acadêmica da UPF visa diminuir o tempo de recuperação dos pacientes que realizam a reconstrução do ligamento cruzado, por meio de um tratamento simples e efetivo
A acadêmica do curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo (UPF) Camila Gatto pesquisou os efeitos da suplementação oral com ômega-3 em pacientes submetidos à reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). O LCA está localizado dentro do joelho, entre os ossos da perna e da coxa. O estudo obteve o primeiro lugar na Semana do Conhecimento da UPF, na área de Ciências Biológicas e Saúde.
O trabalho intitulado de “Efeitos da suplementação com ômega-3 sobre o estresse oxidativo e o processo inflamatório em indivíduos submetidos à intervenção fisioterápica pós-reconstrução do ligamento cruzado” foi orientado pelo professor da UPF Luciano de Oliveira Siqueira e tem como coautores Marlon Francys Vidmar, César Antônio de Quadros Martins, Gilnei Lopes Pimentel e Carlos Rafael de Almeida.
O estresse oxidativo resulta de um desequilíbrio entre a produção de agentes oxidantes, como, por exemplo, as espécies reativas de oxigênio e as espécies reativas de nitrogênio, e o sistema de defesa antioxidante do organismo. Ele é responsável por alterações no metabolismo celular que, quando excessivas e não neutralizadas, conduzem ao agravamento da lesão e ao maior dano das estruturas próximas ao local. A suplementação com ômega-3 pode minimizar esse dano oxidativo. “O estresse oxidativo pode ser minimizado pela ação do sistema de defesa antioxidante endógeno, que pode ser auxiliado pela ação de suplementos antioxidantes exógenos. Nesse sentido, a suplementação com ácido graxo ômega-3 tem recebido destaque por estimular as defesas antioxidantes do organismo”, explicou Camila.
O estudo é considerado inédito. “Apesar do crescente interesse pelos benefícios da suplementação com ômega-3 e seu potencial efeito terapêutico, até o momento não há estudos descrevendo os efeitos da suplementação oral com ácido graxo ômega-3 sobre marcadores de estresse oxidativo e processo inflamatório em indivíduos submetidos à intervenção fisioterápica pós-reconstrução do LCA”, revelou a acadêmica.
Desenvolvimento da pesquisa
O projeto teve duração de três anos e a estudante de Farmácia iniciou a sua pesquisa somente no último ano. O estudo é um ensaio clínico prospectivo que coletou amostras de 25 pessoas submetidas à reconstrução do ligamento cruzado. Os integrantes do estudo foram divididos em dois grupos: indivíduos suplementados diariamente com duas gramas de ômega três durante 15 dias, pós-reconstrução do LCA; e grupo controle, não suplementado. Foi realizada coleta de sangue e de líquido sinovial imediatamente antes do procedimento cirúrgico e 15 dias pós-reconstrução do LCA.
Resultados e importância do estudo
O estudo visa diminuir o tempo de recuperação dos pacientes que realizam a reconstrução do LCA, através de um tratamento simples, barato e efetivo, prevenindo os danos causados pelos radicais livres nas estruturas periarticulares e o agravamento da lesão no joelho acometido. A acadêmica explicou que os resultados foram positivos. “Foi constatado que a suplementação com ômega-3 contribui para estimular as defesas antioxidantes do organismo, minimizando o agravamento da lesão e os danos das estruturas próximas ao local lesionado”, afirmou Camila.
(Assessoria de Imprensa da UPF)
Foto: Natália Fávero
