PASSO FUNDO – Outubro Rosa: mamografias reduziram quase 60% neste ano

Postado em 07 outubro 2020 10:11 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

Dados do SISMAMA mostram redução significativa de mamografias em Passo Fundo entre 2018 e 2020, especialmente neste ano, em razão da pandemia de Coronavírus

Dados do SISMAMA/DataSUS aponta queda na realização de mamografias em mulheres entre 40 e 69 anos nos últimos anos em Passo Fundo. A base de dados pública do SISMAMA/DataSUS, o sistema de registro de mamografias do SUS, revela dados assustadores. Ao comparar 2018 com 2020, por exemplo, entre os meses de abril e setembro, ocorreu redução de mais de 70% das mamografias. Essa pesquisa está sendo realizada pelo acadêmico de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Ícaro de Azevedo Alexandre, sob orientação do oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado, e da médica patologista e professora da UFFS, Dra. Daniela Augustin Silveira.

Em 2020, no período de pandemia, entre abril e setembro, foram realizados apenas 580 exames de rastreio. Em 2018, no mesmo período, 2.096 mamografias. Ou seja, 72,3% menos exames neste ano de pandemia. Na comparação com 2019, a redução é de quase 60%.

Esse levantamento mostra o impacto da pandemia no principal método de rastreio do câncer de mama. “É uma realidade devastadora e que vem piorando. Neste ano, em razão da pandemia, a redução é ainda mais assustadora, o que impactará nos diagnósticos e tratamentos do câncer”, observa o oncologista do CTCAN.

A incidência e a mortalidade por câncer de mama motivaram este levantamento. “A ideia de analisar esses dados surgiu a partir da elevada incidência de câncer de mama no Rio Grande do Sul e na região, além da crescente taxa de mortalidade da doença. Grande parte dos diagnósticos são realizados com doença já avançada, o que dificulta a instituição de um tratamento curativo. Aí vem a importância de fazermos o rastreamento da população feminina de 40-69 anos, usuárias do sistema público de saúde, objetivando diagnosticar precocemente o tumor e propor uma terapia adequada e menos agressiva possível”, destaca o estudante de medicina da UFFS.

Redução de mamografia é significativa nos últimos anos
A pesquisa também analisou os dados de todo os meses dos anos. Em 2018, entre janeiro e dezembro, foram realizadas 4.385 mamografias de rastreamento do câncer de mama em uma população-alvo de 26.798 mulheres entre 40 e 69 anos, usuárias do SUS. “Considerando que 22,6% da população gaúcha tem plano privado de saúde, aí incluso o Instituto de Previdência do Estado (IPERGS), deveriam ter sido realizados, idealmente, 26.798 exames pelo sistema público. Foram realizados apenas cerca de 16% dos exames necessários”, comenta Machado.

Em 2019, foi registrado o pior desempenho do Brasil em mamografias, segundo o Observatório de Oncologia. Em Passo Fundo, apenas 3.359 mamografias, para um total de 27.121 mulheres na faixa etária alvo do rastreamento (40-69 anos), representando pouco mais que 12% do ideal. Em 2020, com o impacto da pandemia, apenas 1.889 exames de rastreamento foram realizados até agora, entre janeiro e setembro.

O oncologista do CTCAN ressalta a necessidade de ações para melhorar estes números. “É urgente campanhas de conscientização, facilitação de acesso e busca ativa destas mulheres para o diagnóstico precoce. Teremos nos anos vindouros um quadro trágico de diagnósticos tardios e vidas encurtadas”, enfatiza.

Outubro Rosa: mamografia salva vidas
O Outubro Rosa desenvolve importantes ações para a conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que é o mais incidente e a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. São cerca de 66 mil novos casos por ano de câncer de mama e 17 mil mortes no país.

A mamografia é reconhecida como exame seguro e de enorme benefício na detecção precoce do câncer de mama. “Os grandes estudos e metanálises estimam redução de 20 a 25% nas mortes por câncer de mama nas populações rastreadas, rotineiramente, com mamografia. Isso poderia significar cerca de quatro mil vidas poupadas a cada ano. Diagnóstico precoce é sinônimo de chances de cura, tratamentos mais econômicos e menos mutilantes”, afirma o oncologista.

Foto: Divulgação
Rádio Planalto

Postado em 07 outubro 2020 10:11 por JEAcontece
15.292.411/0001-75
TAPERA TEMPO

Desenvolvido com 💜 por Life is a Loop