Acadêmica de Agronomia da UPF desenvolveu pesquisa de melhoramento vegetal em instituição na Austrália. Estudo trata sobre ferrugem em cevada e foi realizado durante estágio curricular
Um país diferente, com cultura diferente, clima diferente e idioma diferente. Enfrentar o novo foi ao que se propôs a acadêmica do curso de Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF) Aline Casassola. Mesmo sem ter raízes no agronegócio, a passo-fundense soube muito cedo que queria ser agrônoma, e, mais do que isso, que queria atuar com melhoramento vegetal, pela sua paixão por genética. Em fase de conclusão do curso, Aline buscou realizar seu estágio na área, porém, em outro país. Foi na Austrália que ela encontrou a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na graduação e, durante seu estágio, desenvolveu uma pesquisa sobre ferrugem em cevada.
Aline iniciou o estágio em fevereiro de 2019 e, durante cinco meses, estudou sobre o tema, sendo responsável por um projeto especial de pesquisa no Instituto de Melhoramento Vegetal da Universidade de Sydney, a primeira universidade fundada na Austrália, em 1850. A pesquisa, segundo ela, utiliza o melhoramento convencional, sem transgenia. “Pensei que seria um estágio geral, no entanto, os professores me surpreenderam e deram um projeto de pesquisa para fazer sozinha, com a supervisão de um orientador e um co-orientador”, comenta ela.
O tema da pesquisa, conforme Aline, é inovador. “Buscamos melhorar a resistência da ferrugem da folha em cevada e também de uma nova ferrugem australiana, um futuro problema. Com nosso trabalho, antecipamos a ocorrência, com uma ação preventiva”, comenta ela, explicando que, caso vier a ocorrer a doença, os produtores estarão preparados para o controle sem o uso de químicos. “O foco do melhoramento do Instituto é proporcionar que, com a resistência, não seja necessário usar fungicidas e químicos”, reitera.
Formação ampliada
A defesa do estágio foi realizada nessa quinta-feira, dia 11 de julho, e evidenciou a importância da experiência vivida por Aline. “Não consigo mensurar o quanto significou essa experiência. Aprendi inclusive técnicas novas de melhoramento que são inovadoras na Austrália e não chegaram ao Brasil. Aprendi não só sobre melhoramento, mas sobre vida: se cresce muito como pessoa e como profissional”, declara ela, que sempre realizou estágios na área de genética ao longo da graduação.
Supervisor do estágio de Aline pela UPF, o professor Dr. Pedro Alexandre Varella Escosteguy destaca que a atividade possibilita vivenciar situações agrícolas, profissionais, culturais e pessoais que não seriam vividas no Brasil. “Essa experiência é percebida na supervisão da acadêmica, que respondeu a esse desafio crescendo em maturidade e compromisso profissional. Além disso, o estágio possibilitou que Aline decida com segurança a área de trabalho que seguirá, após a formatura”, pontua ele, que esteve na banca de avaliação.
Coordenador do curso de Agronomia e também membro da banca que avaliou a apresentação de Aline, o professor Dr. Vilson Klein reitera a importância de buscar estágios que agregam ainda mais à formação acadêmica. “Esse é um dos diferenciais do nosso curso, oportunizar que nossos acadêmicos vivam experiências enriquecedoras como a da Aline, formando profissionais qualificados para o mercado de trabalho”, pontua ele, destacando que 10 acadêmicos já estão preparados para realizar estágio no exterior neste semestre em diferentes países.
Fotos: Alessandra Pasinato