“Havia alguém na sala de monitoramento no momento da fuga? Se não havia o agente, por que não havia? E se havia, como é que ele não viu a movimentação?”, questionou o promotor Marcelo Pires
Para o promotor Marcelo Pires, a fuga do presídio não foi um episódio novo na trajetória do sistema prisional do município. O promotor atua na execução criminal há quase 19 anos. Nesse período, relata ter atuado em diversas fugas, ocorrências de homicídios e também na busca por investimentos nos presídios.
Marcelo Pires relata que o PRPF, quando ele começou a atuar, tinha cerca de 500 a 600 apenados, nos regimes fechado, semiaberto e aberto. Hoje, esse número supera os mil. “O Estado apenas remediou a situação. Nunca teve um investimento necessário para melhorar isso”, disse, afirmando que a superlotação aliada à falta de efetivo influenciou nas fugas.
O promotor cobra explicações da direção do presídio sobre o que aconteceu na madrugada do último sábado. Segundo ele, recentemente foi instalado um sistema de monitoramento por câmeras em várias áreas do presídio, para se melhorar a segurança e evitar a fugas. “O local por onde os presos teriam fugido, pelo forro da galeria C, é monitorado” afirmou.
Por isso, ele disse ter enviado um ofício à direção, que pede esclarecimentos sobre o caso. “Havia alguém na sala de monitoramento no momento da fuga? Se não havia o agente, por que não havia? E se havia, como é que ele não viu a movimentação?”, questionou. O promotor também pede que se investigue se houve a participação de algum agente penitenciário no episódio. “Se houve isso será punido, não vamos tolerar nenhuma espécie de participação”, afirmou o promotor.
Marcelo Pires também enviou o documento à Corregedoria da Susepe.
Diário da Manhã