Empresário visto como um vilão
Para Evandro Silva, presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa) de Passo Fundo, diversos pontos levam o Brasil a ser um país burocrático na economia. Um deles é a questão da mentalidade no tratamento do empresário. “Muitas vezes, ele é visto como um vilão, e não como um gerador de empregos, gerador de riquezas para o país”, opina.
Esse posicionamento de parte da sociedade precisa ser revisto e não deve haver conflito entre as partes envolvidas no mercado de trabalho, e sim uma interação harmônica. “A comunidade toda deveria entender que nós todos fizemos parte do mesmo processo: o patronal e o laboral trabalhando junto para o desenvolvimento; não é uma balança pendendo para um lado só”, disse. Esse pensamento do empresário como um “vilão” não é novo, mas esse estigma deve ser superado, afirma. “Anos atrás até podia ter um enriquecimento exagerado em cima da classe trabalhadora, mas posso afirmar que hoje não é assim. As empresas têm políticas de distribuição de renda, premiação, políticas salariais justas”, afirma Evandro Silva. “Ficou a cultura de que os empresários cresceram em cima do massacre dos funcionários. E não é dessa maneira. A empresa cresce com os trabalhadores.”
O momento para os empreendedores é de dificuldade e os anos da crise na economia brasileira “deixaram mais visíveis” os problemas causados pela burocracia. Para que se resolvam, a Acisa é atuante na parte política e diz conversar com os candidatos que participarão das eleições deste ano. No entanto, é apartidária, mas defende que os eleitos tenham foco em reformas estruturais, que modernizem o país, assegura o presidente da entidade. “A reforma da Previdência é uma bola de neve que vem se estendendo há muito tempo e ninguém trata com a devida energia para resolver devido aos acordos políticos. É inevitável [a reforma], não tem mais como suportar”, diz Evandro quando perguntado qual deve ser a prioridade do novo presidente eleito.
Diário da Manhã