Era o dia 10 de janeiro de 1986. Apaixonados pelo futebol se reuniam na Câmara de Vereadores para a confirmação de um sonho, com o plantio de uma semente para germinar pelos gramados. Nascia o Esporte Clube Passo Fundo, que já no primeiro ano de história se tornava campeão estadual.
Neste domingo, o clube tricolor completou 35 anos de fundação. Muitos são os momentos para a torcida recordar e se orgulhar.
Inicialmente era para ser uma fusão de Gaúcho e 14 de Julho e mais tarde seguiu a agremiação com a sua própria história. O pontapé inicial do time ocorreu na vizinha cidade de Soledade. No Estádio Ceno Moraes foi disputado o primeiro jogo, de caráter amistoso, com vitória de virada pelo placar de 4×2. Valendo pontos, a estreia ocorreu em Erechim, com o Ypiranga se sagrando vencedor por 1×0, com gol de Odir. Posteriormente, veio a confirmação da força do elenco, com goleada de 4×1 sobre o Botafogo, de Três de Maio.
Naquele primeiro ano de existência, os resultados surgiram de forma significativa, com a obtenção do título do Campeonato da Segunda Divisão. Foram vencidas todas as fases da competição, espalhando a emoção nas tardes de domingo no Estádio Wolmar Salton, onde os jogos eram disputados. A conquista do elenco conduzido pelo saudoso treinador Paulo Sérgio Poletto foi confirmada, entretanto, na capital do estado, com o empate de 0x0 contra o São José. O tricolor estava garantido na Primeira Divisão, subindo ao lado do Lajeadense, que ficou com o vice-campeonato
As faixas foram entregues pelo Juventude, em amistoso realizado no bairro Boqueirão. Darci Munique entrou para a história, sendo o primeiro capitão a erguer uma taça pelo clube.
Em 1987, o Passo Fundo estreava no Gauchão no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. O Internacional ganhou a partida pelo placar de 2×0, com gols de Amarildo e Bandeira. O primeiro empate na divisão maior ocorreu na rodada seguinte, com 0x0 sobre o Juventude, então jogando no Vermelhão da Serra. O gol número 1 foi do zagueiro Neurilene, na derrota de 2×1 para o Santa Cruz. Com gol de Toninho, na etapa complementar, o time ganhou a primeira vitória na divisão principal do estado, sobre o Novo Hamburgo.
Em 1989, o tricolor realizou a sua primeira participação marcante em Campeonato Gaúcho, alcançando a fase final. Chegou a derrotar o Grêmio duas vezes nas cobranças de pênalti, após os empates nos 90 minutos (2×2 e 0x0). Também empatou com o Internacional (0x0), semifinalista da Taça Libertadores da América, e apenas acabou superado nas penalidades máximas.
OUTROS DOIS ACESSOS FORA DE CASA: O Passo Fundo, como todos os clubes do interior, teve altos e baixos. Porém, teve uma capacidade de reação e tão logo sofreu quedas, construiu uma base sólida para voltar e ser um clube bastante respeitado por todos os adversários. Após ter sido rebaixado, retornou à elite do estado com uma disputa emocionante em Cachoeira do Sul no ano de 1998 sobre o São José local. Com gol de Rogério, empatou por 1×1 e ganhou a vaga nos pênaltis, diante de um estádio lotado.
Em 2012, quando muitos não acreditavam mais, o time em duas rodadas subiu de 2 para 8 pontos e garantiu a classificação para a Divisão Especial, derrotando o Esportivo por 1×0 em Bento Gonçalves. Com o gol consagrador de Gláuber, as ruas foram tomadas pelos torcedores, aguardando a chegada da delegação vencedora.
UM JOGADOR GENIAL E DOIS ARTILHEIROS: O Passo Fundo teve vários craques em sua trajetória. Entre eles, Luiz Freire, Cabrinha e Ferreira. Porém, Claudio Freitas é reconhecido como o grande nome da história em seus 30 anos. Jogador de grande habilidade, era responsável por emocionar os torcedores em jornadas memoráveis no Vermelhão da Serra. Ele soube honrar com o seu talento a camisa do clube. No mesmo patamar de valorização, os artilheiros. Felipe foi o principal nome, chegando duas vezes na frente: 2000 (13 gols) e 2010 (10 gols).
Em 2015, Michel devolveu a artilharia estadual ao clube tricolor com 11 gols.
(por Luiz Carlos Carvalho – Coord. Jornalismo/Esportes/Planalto News)