PASSO FUNDO – Dia da Prematuridade: ambulatório do HSVP é destaque no acompanhamento

Postado em 17 novembro 2020 16:02 por JEAcontece
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O mês de novembro faz um alerta para a prematuridade, já que, 1 em cada 10 bebês nasce prematuro. A cor usada para abordar o tema é o Roxo e o dia 17 de novembro, é mundialmente lembrado como Dia da Prematuridade. Em 2020, o slogan “Juntos pelos prematuros, cuidando do futuro, definido pela rede mundial de ONGs que lutam pela causa da prematuridade, alerta sobre a importância do cuidado que refletem na vida dessas crianças. Ainda, o Novembro Roxo visa, conscientizar a comunidade sobre o parto prematuro e suas consequências e garantir o melhor cuidado para os bebês e suas famílias.

No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, referência no atendimento aos prematuros, as equipes da área materno infantil apoiam e divulgam a causa. Um dos setores fundamentais no atendimento a estes bebês é o Ambulatório dos Primeiros Passos do Prematuro, unidade que dá assistência a crianças de CTIs Neonatais da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde, independentemente da localização da UTI onde ocorreu a internação inicial, e foi criado a partir de uma iniciativa da seção da criança e do adolescente, vinculada ao departamento de ações em saúde da Secretaria Estadual da Saúde, denominada Estratégia de Seguimento do Prematuro Egresso de UTI Neonatal. Em específico, o Ambulatório dos Primeiros Passos do Prematuro realiza atendimentos aos bebês que pesaram menos de 1.500 kg ao nascer ou aqueles com menos de 32 semanas de idade gestacional. São os bebês que necessitaram de cuidados intensivos de CTI Neonatal ou que tiveram alguma complicação grave decorrente da prematuridade extrema. “Sabe-se que esses bebês são muito vulneráveis a complicações neurológicas, oftalmológicas, pulmonares, cirúrgicas, nutricionais, entre outras e que podem resultar em inúmeras internações hospitalares e ao aumento da mortalidade durante os primeiros anos de vida. Por isso, o acompanhamento ambulatorial e a profilaxia dessas complicações nesse grupo de risco são muito importante”, enaltece a coordenadora do Ambulatório, pediatra Dra. Wania Eloisa Ebert Cechin.

Segundo a especialista, as consultas são feitas mensalmente até a criança atingir seis meses de idade corrigida. Após, o acompanhamento é a cada dois meses até completarem um ano e depois trimestralmente até os dois anos. “A assistente social, acolhe a família, tentando identificar possíveis questões sociais, esclarecendo sobre os direitos da criança, prestando orientação quanto ao funcionamento da rede e ainda efetuando contato com os órgãos competentes sempre que necessário. O fisioterapeuta, avalia o tônus muscular e as etapas do desenvolvimento neuropsicomotor, permitindo assim uma intervenção precoce quando se fizer necessária. A enfermeira, orienta quanto a cuidados de higiene e prevenção de doenças principalmente do Vírus Sincicial Respiratório, nos meses de março a agosto, e aplicando a imunoglobulina específica – (vacina c palivizumabe). A fonoaudióloga promove o aleitamento materno, a transição para outros alimentos e está sempre atenta ao processo da deglutição, mastigação, respiração e fala. Além disso, avalia a audição através do Teste da Orelhinha e do BERA triagem. A psicóloga, procura avaliar o vínculo estabelecido, identificar situações de risco e de estresse materno e também a partir dos seis meses de idade corrigida, aplica Teste de Triagem do Desenvolvimento DENVER II para avaliar alterações do desenvolvimento e do comportamento da criança. A nutricionista, avalia e orienta o aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar, explicando o uso de fórmulas infantis e de dietas especiais sempre que necessário. O médico oftalmologista, avalia, principalmente, os riscos da retinopatia da prematuridade, desde a sua internação na UTI. A médica neurologista, faz o acompanhamento neurológico buscando intervir o mais precoce possível nas situações de risco. O cirurgião pediátrico diagnostica e faz as intervenções cirúrgicas necessárias. A médica pediatra e os médicos residentes da pediatria e neonatologia fazem o atendimento conforme estabelecido para a idade buscando uma avaliação clínica global e uma avaliação mais ampla do crescimento e desenvolvimento, detectando falhas e prescrevendo o tratamento adequado”, explica Wania sobre o trabalho multiprofissional da equipe que acompanha os bebês.

No Ambulatório as crianças são acompanhadas pela equipe multiprofissional até a idade corrigida de dois anos. Após esse período, os egressos são encaminhados para acompanhamento exclusivo na rede básica com uma nota de referência da situação atual daquela criança e das condutas realizadas durante o acompanhamento. “Ainda, permanecem em acompanhamento algumas crianças que apresentaram sequelas neurológicas, auditivas ou oftalmológicas, ou que são portadoras de síndromes ou com necessidade de acompanhamento cirúrgico”.

Orientações e cuidado pós CTI
Os recém-nascidos prematuros costumam ficar dias ou até meses internados, sob cuidados dos profissionais, com muitos aparelhos, lutando dia a dia para sobreviver. Por isso, é normal que na alta hospitalar, haja dúvidas e receio dos pais quanto aos cuidados. Neste sentido, o Ambulatório de Egressos também auxilia para dar mais segurança, confiança e tranquilidade aos pais. “Os pais de prematuros têm muitas dúvidas e incertezas acerca dos cuidados desses bebês após alta. As mães têm muita dificuldade em manter o aleitamento materno, precisam orientações sobre os esquemas vacinais e suas possíveis reações, sobre a suplementação vitamínica, sobre as necessidades de estímulos adequados ao seu desenvolvimento entre outras questões”, comenta Wania.

Cuidado hoje, garantia de saúde no futuro

A pediatria Wania explica que são muitas as complicações que podem ser abordadas, para se iniciar um tratamento precoce ou a profilaxia, no pós alta da CTI. Esse cuidado vai garantir intervenção precoce em alguns problemas ou mesmo, melhora do desenvolvimento da criança. “Podemos atuar em questões como a magreza, baixa estatura, obesidade, cegueira, déficits visuais, déficits cognitivos, surdez, anemia, erros alimentares, deficiências vitamínicas, raquitismo, hipotonia e transtorno do espectro autista”.

Acompanhar a evolução dos pacientes e vê-los bem e com saúde é o que motiva a equipe de profissionais. O pequeno Marcos Viana, nasceu com 865 gramas, de 26 semanas e enfrentou 83 dias de internação. Agora, com um ano e oito meses ele brinca e corre pelos corredores do Ambulatório. Em cada consulta, interage, brinca e abre largos sorrisos para os profissionais. Muito esperto já ensaia palavras. “Nós pais não temos noção de como é o mundo da prematuridade. O Marcos passou por dias difíceis, foi uma luta para sobreviver. Graças a Deus teve alta, foi sempre crescendo e evoluindo bem e só temos a agradecer a equipe do Ambulatório que cuida, tira dúvidas e acompanha nossos pequenos”, relata Vanusa Vianna do Carmo Antunes, Passo Fundo, mãe do Marcos.

Cleria Avila, de Não-me-Toque também agradeceu a equipe do Ambulatório, já que sua filha Helena Avila Chiele, teve alta após os dois anos de acompanhamento. A mãe conta que ela nasceu de 33 semanas, com baixo peso, 1,275 kg, ficando 37 dias na CTI. “As consultas, a atenção dos profissionais e o carinho são super importantes. Cada dúvida que surgia com uma nova etapa do crescimento eles estavam aqui para nos auxiliar, acompanhar e orientar. Ela é uma criança ativa, feliz e saudável e só posso agradecer a todos eles”.

 

Postado em 17 novembro 2020 16:02 por JEAcontece
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