Exposição reúne 22 trabalhos pré-selecionados e mais de oitenta alunos e professores de ensino fundamental, médio e técnico
E se um sistema solar de baixo custo pudesse aquecer toda a água utilizada para banho de uma família média de quatro pessoas? E se esse sistema pudesse reduzir consideravelmente o gasto com energia elétrica? Foi pensando nesses questionamentos que os alunos do terceiro ano da Escola Estadual de Ensino Médio Anchieta, de Marau, desenvolveram o projeto de um aquecedor solar de água, utilizando mangueira preta e muita criatividade. Nesta quinta-feira, dia 5 de novembro, os alunos Gabriela Duarte, Natalia Dornelles e Marcelo Beron apresentam, na 13ª Feira de Ciências e 9ª Mostra de Inovação Tecnológica da Universidade de Passo Fundo (UPF), o sistema criado por eles. Ao todo, a Feira de Ciências reúne 22 trabalhos pré-selecionados e mais de oitenta alunos e professores do ensino fundamental, ensino médio e técnico das escolas dos municípios da região de abrangência da UPF.
Para a apresentação, houve uma pré-seleção dos 85 trabalhos inscritos, que envolveram mais de trezentos alunos. Os projetos foram apresentados em vídeo e os selecionados, que trouxeram seus projetos para avaliação presencial, serão classificados conforme as categorias nas quais se enquadram. Ao final, dentre os 22 trabalhos presentes, serão selecionados aqueles que ocuparão a primeira, a segunda e a terceira colocação no Prêmio Pesquisador Júnior, para alunos de ensino fundamental; Prêmio Jovem Pesquisador para alunos de ensino médio; e Prêmio Jovem Técnico Pesquisador para alunos de ensino técnico. Os alunos receberão troféus e os professores orientadores receberão medalhas em reconhecimento ao empenho e à dedicação aos trabalhos. A premiação será entregue na tarde desta quinta-feira, a partir das 16h30min.
Incentivo à pesquisa
Baseando-se nos indicadores apontados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como merecedores de atenção especial, a 13ª Feira de Ciências e Mostra de Inovação Tecnológica tem como tema “Solo e luz: desafios para preservar a diversidade da vida na Terra”. Uma das coordenadoras da iniciativa, a professora Sylvana Carpes Moraes destaca que o projeto da Feira de Ciências objetiva incentivar a pesquisa entre alunos, enquanto que a Mostra de Iniciação Científica abre espaço para que egressos possam mostrar as suas pesquisas. “Buscamos incentivar a curiosidade, para que possam olhar para os problema locais e globais, propondo alternativas e soluções para um mundo mais humanizado e sustentável”, considera.
Para a professora Sylvana, além do incentivo à pesquisa, a atividade contribui para a formação do estudante. “Encaminhamos os projetos para editais do CNPQ e temos conseguido recursos e bolsas para os alunos. Com essas bolsas de iniciação científica júnior, temos instalado Clubes de Ciências nas escolas, transformado alunos em multiplicadores da ciência”, salienta ela. Atualmente, três Clubes de Ciências estão em andamento: na Escola Tiradentes de Passo Fundo, na Escola Adelaide Picoloto de Ibiaçá e na Escola José Gomes Portinho de Coqueiros do Sul.
Projetos, pesquisas e aplicações
A eficiência energética, resultado da pesquisa feita por Gabriela, Natalia e Marcelo, orientados pela professora Cristiane Pissoloto, é apenas uma das tantas inovações propostas pelos alunos das escolas participantes. Este é o terceiro ano em que a escola de Marau participa da Feira de Ciências e, nos dois últimos, alcançou premiação. A proposta do aquecimento solar, segundo eles, vem sendo pesquisada desde abril, quando iniciaram os encontros do grupo.
“Hoje, a energia está muito cara e pensamos em utilizar um meio sustentável e mais barato, fácil de ter em casa. O chuveiro elétrico é o que mais gasta energia e pensamos em reduzir esse custo, aquecendo a água por meio de um sistema solar”, comenta Gabriela, explicando que o projeto utiliza mangueira preta, motor, placas de alumínio, manta asfáltica ou telhas de zinco e regulagem por timer ou mesmo por uma válvula termostática. O custo total do equipamento não chega aos R$ 800,00, enquanto que a economia pode reduzir de R$ 130,00 para R$ 12,00, conforme aplicação feita pelos alunos em uma residência modelo que vem utilizando o sistema.
Participante da Mostra de Inovação Tecnológica, o egresso do curso de Engenharia de Alimentos Luís Eduardo Magnon apresenta a síntese da pesquisa de conclusão da graduação, que propõe a avaliação do potencial da atividade antioxidante de genótipos de aveia, analisando o quanto o cereal pode ser capaz de agir em elétrons de radicais livres.
“Há muitas dúvidas sobre o câncer. Os antioxidantes são compostos que ajudam a reduzir os efeitos desse tipo de doença e, inclusive, há possibilidade de que essas substâncias possam evitar o processo de oxidação e o surgimento desse malefícios. Esses compostos ajudam no tratamento a ponto de fazer com que haja solução do problema do câncer e atuam na prevenção e na minimização de efeitos”, conta Luís, que foi bolsista de iniciação científica em 2009 e concluiu a graduação em 2013.
(Assessoria de Imprensa da UPF)
Foto: Gelsoli Casagrande
