PASSO FUNDO – Como está o presídio dois anos depois da maior fuga da história da cidade?

Postado em 13 janeiro 2021 09:03 por JEAcontece
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Uma ação muito bem planejada e ousada de bandidos em Passo Fundo completou dois anos nesta terça-feira.

Uma fuga em massa foi registrada em um sábado, dia 12 de janeiro de 2019 no Presídio Regional de Passo Fundo. No período que passou, abriu uma janela para questionamentos sobre a fragilidade da casa prisional.

Na época, câmeras de segurança flagram toda a ação, e as imagens tiveram grande repercussão em todo o país; 17 detentos conseguiram escapar.

Dois anos depois, o que mudou na segurança do presídio, e como está a investigação desse caso?

Na rua principal, em frente à casa prisional, tubos de concretos formam barreiras com o objetivo de dificultar o acesso à penitenciária. A providência foi tomada após a caminhonete derrubar o portão e libertar os presos, que já aguardavam nas proximidades.

Além dos tubos de concreto, a via foi transformada em mão única, fazendo com que os veículos passem em uma velocidade menor em frente a unidade.

Logo após a fuga, o Presídio Regional de Passo Fundo trocou de direção e teve algumas alterações nos agentes penitenciários. A antiga direção e alguns agentes foram realocados em outras penitenciárias e a casa prisional passo-fundense trocou de direção.

RECAPTURA

Diversas ações policiais foram realizadas após a fuga e, até o mês de Julho do mesmo ano, dezesseis, dos dezessete presos já haviam sido capturados.

Fugitivos e locais de captura

Cléderson dos Santos Ramos – (15/1), em Passo Fundo
Gilson da Silva Anes – (18/1), em Passo Fundo
Gabriel dos Santos Della Méa – (19/1), em Erval Seco
João Vitor Lenhardt Miri – (19/1), em Erval Seco
André Tiago Teixeira – (19/1), entre Boa Vista e Seberi
Vilmar Jorge da Silveira – (19/1), entre Boa Vista e Seberi
Rafael Lopes dos Santos – (19/1), entre Boa Vista e Seberi
Maurício da Silva dos Santos – (19/1), entre Boa Vista e Seberi
César Morais Silva – (20/01), em Seberi
Anderson Luis Fernandes – (26/1), em Erechim
Alex Britto Sereta – (08/2), em Itapema (SC)
Vinícius Luan Silva – (08/2), em Itapema (SC)
Eliseu Benites – (12/2), em Passo Fundo
Raimundo Natalício dos Santos – (9/3), em Passo Fundo
Leandro Dutra – (18/4), em Torres
Mateus Mariano – (10/7), morto em confronto com a BM em Carazinho

Tiago Cardoso Lopes foi preso em novembro de 2020 na região metropolitana de Porto Alegre.

COMO ESTÁ O PRESÍDIO DE PASSO FUNDO NOS DIAS ATUAIS?

Atualmente, o Presídio Regional de Passo Fundo continua com o excesso de presos pela capacidade. A casa prisional tem espaço para abrigar 350 detentos, mas o número real passa de 750. Desses, 25 são mulheres.

A nova direção trabalha com uma rotatividade entre os presos de alta periculosidade, principalmente com os envolvidos na fuga em massa. Os detentos ficam períodos curtos em penitenciárias e são realocados a todo momento para outros presídios no Rio Grande do Sul.

A rotatividade não funciona apenas para os detentos envolvidos na fuga, mas sim para aqueles que apresentarem um mal comportamento.

A nova direção mudou a forma de fiscalizações internas e operações na casa prisional.

Os principais problemas e também um dos mais difíceis de combater, são os arremessos, que são feitos da parte externa para o interior do presídio.

Com a construção dos tubos de concretos, e até mesmo o posto de saúde em frente ao PRPF, os arremessadores passaram a jogar ilícitos pela rua de trás da penitenciária.

Muitas vezes guardas da guaritas precisaram efetuar disparos com tiros de borracha.

Os arremessos são monitorados e algumas vezes evitados pela Brigada Militar, que realiza patrulhas em torno do presídio.

No ano de 2020, mais de 100 operações foram registras na casa prisional, o que resultou em grande apreensão de materiais ilícitos, como celulares, carregadores, cachaça, drogas, dentre outros.

A cachaça, caso entre no presídio, é vendida entre detentos por mais de R$ 50 o frasco.

CORRUPÇÃO

Uma investigação ainda está em andamento, sobre casos de corrupção que envolvem agentes penitenciários da unidade prisional. Até o momento, não há confirmações divulgadas sobre alguma ajuda interna.

A troca dos servidores que foram realocados em outras penitenciárias não teria ligação com a fuga, mas seria um procedimento interno normal quando da chegada de um novo chefe na Susepe.

INVESTIGAÇÕES

Os trabalhos de investigações sobre a fuga e uma suposta corrupção estão a cargo da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) da Polícia Civil de Passo Fundo, que tem como chefe o delegado Diogo Ferreira.

Os trabalhos seguem sendo realizados, e nenhuma novidade foi informada para a imprensa até o momento.

NOVAS FUGAS

Desde que aconteceu a maior fuga da história do Presídio Regional de Passo Fundo, nenhuma nova ocorrência de fuga foi registrada na unidade prisional. Diversas ações ocorreram apenas no Instituto Penal de Passo Fundo, que é o regime semiaberto.

Reportagem: Bruno Reinehr / Rádio Planalto News

Postado em 13 janeiro 2021 09:03 por JEAcontece
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