O atleta da Universidade de Passo Fundo (UPF) Tiago Perez competiu, na última semana, no maior desafio do sul do país: a Extremo Sul Ultramarathon. O evento contou com um percurso de 226 km e teve sua largada na quinta-feira, 15 de novembro, sendo um desafio composto pela travessia da extensão de areia entre as barras de Rio Grande e Chuí, e Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul.
Cinquenta atletas participaram da largada, que ocorreu às 10h, nos molhes da barra, em Rio Grande. “Foi uma aventura em sua totalidade. Uma prova duríssima, e, como o próprio nome já diz, extrema. No dia da competição, fomos surpreendidos por um forte vento sul, ou seja, contra o sentido que corríamos. Isso, aliado ao sol e à alta temperatura, fez com que todos os atletas tenham enfrentado dificuldades nos quilômetros iniciais”, comentou Perez.
Conforme o esportista, na sexta feira (16), uma maré forte chegou ao litoral sul, fazendo com que o mar ficasse revolto e a maré tomasse conta de toda a faixa de areia, impossibilitando a continuidade da prova para cerca de 30 atletas. Com o ocorrido, a organização, a Marinha do Brasil e a Defesa Civil entenderam por preservar a integridade dos atletas e recomendaram que esses competidores não dessem prosseguimento ao percurso. “Ficamos literalmente presos no farol do Albardão, no km 138, por mais de 24 horas, onde foi necessário racionar alimentos e água. Dormimos no chão, ficamos sem contato com familiares, com a organização do evento e sem comunicação alguma com o pessoal que estava nas bases”, relatou.
Ainda, segundo Perez, apenas no sábado (17) os competidores foram resgatados por militares da marinha e fuzileiros navais, sendo deslocados de volta para Rio Grande, e, posteriormente, enviados ao Chuí, chegando à base final da prova aproximadamente às 22h. Pedro Jung, atleta da equipe Brutus do Gaúcho, que esteve junto com o Tiago, realizou uma boa prova e conquistou o 1º lugar na Categoria Master, sendo um dos atletas a concluí-la com aproximadamente 44h.
Para o atleta da UPF, fica o aprendizado, as lições e as amizades formadas no desafio. “Queria muito ter voltado para casa com um resultado melhor, com a medalha de conclusão, mas em uma competição extrema como essa, aprendemos que existem coisas que não se pode controlar, e a natureza é uma delas. Gostaria de agradecer às centenas de mensagens de apoio e de carinho; à UPF, minha apoiadora; aos meus patrocinadores; e deixar, desde já, a promessa para o ano que vem de retornar à Extremo Sul Ultramarathon ainda mais determinado em superar uma das provas mais duras e extensas do mundo”, finalizou Perez.
