Pego de surpresa com a notícia da renúncia do Papa Bento XVI, assim como toda a comunidade católica, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Rio Grande do Sul, Dom Zeno Hastenteufel, acredita que seria mais prudente que o Cardeal Joseph Ratzinger deixasse o cargo de imediato, em vez de marcar a data para 28 de fevereiro. “Vai criar um espaço de quase 20 dias de especulações. Todo mundo vai estar especulando quem vai ser o novo papa. Se ele não pode mais ser papa pela saúde, já não pode hoje”, afirma dom Zeno, bispo de Novo Hamburgo.
O religioso disse que não esperava a notícia, apesar de que a fragilidade da saúde do Sumo Pontífice era visível. “Estávamos vendo a saúde do papa cada vez mais debilitada. Ele estava cada vez mais magrinho quando aparecia”, observou.
Para dom Zeno, o período de sete anos de Bento XVI à frente da Igreja Católica foi positivo. “Ele deixou um saldo positivo. Vai ser inesquecível. A sua marca foi a doutrina e a fé. Ele bateu muito na questão da doutrina e da orientação ortodoxa da Igreja e, por último, declarou este ano como o Ano da Fé”, afirmou o bispo.
De acordo com ele, o sucesso de Bento XVI irá encontrar uma Igreja “navegando em águas bastante difíceis”, embora, na sua opinião, o papa alemão tenha ajudado a enfrentar alguns dos problemas recentes surgidos na comunidade católica.
(Correio do Povo)