Países que ainda não abriram portas para transgênicos precisam repensar

Postado em 28 setembro 2013 07:58 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

“A mente humana é como um paraquedas. Funciona melhor se estiver aberta”. A afirmação faz parte do relato do Dr. Jonathan Gressel, do Weizmann Institute of Science, de Israel, durante o VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança, que acontece até 27/9, no Bahia Othon Palace Hotel. Com uma opinião única de que sim, precisamos de uma nova e urgente visão cultural sobre o futuro da produção de alimentos no mundo, especialistas discutiram sobre os avanços da biotecnologia mundial.

Além do Dr. Gressel, estavam presentes no debate o Dr. Klaus Ammann, editor de agricultura e segurança alimentar da Federação Europeia de Biotecnologia; Dr. Magnus Bosse, da ITV- Vale; Dra. Fabiana Segatti, da Syngenta; e Dr. Fawzy Georges, representando o Canadá. A mesa foi coordenada pela Dra. Maria Helena Zanettini, da UFRGS. Houve um consenso sobre a necessidade de uma nova visão sobre o assunto. “Os países produtores têm condições de criar bons eventos biotecnológicos, mas o tempo está acabando, e levando junto com ele as terras disponíveis para plantio”, comentou o Dr. Fawzy Georges.

O destaque ficou por conta da eficiência brasileira na avaliação e aprovação dos organismos geneticamente modificados. Os doutores elogiaram a Lei de Biossegurança Nacional, que garante a segurança das autorizações, sem lentificar os processos. Os especialistas europeus comentaram quão lentos e pouco práticos são os procedimentos decisivos no continente. Em comparação, a região está 50 anos atrasada em aprovações de OGMs. “Os europeus não assumem, mas usam produtos transgênicos todos os dias. O sistema brasileiro é de longe melhor que o europeu. Lá, o principal risco biológico pode ser a própria regulamentação”, conclui Dr. Klaus.

Para o Dr. Klaus, alguns países ainda não utilizam a tecnologia e isso não faz sentido. Segundo ele, alguns preferem não dar o passo a favor do progresso e, ao invés disso, tomam pequenas medidas, que têm alguns riscos, para remediar a necessidade desse desenvolvimento. Utilizar agrotóxicos, por exemplo, é uma forma de agredir o meio ambiente. As sementes modificadas evitam, todos os anos, despejar litros dessas substâncias na natureza. “Não seria interessante acabar com pragas de forma mais rápida e efetiva? As ervas daninhas não são naturais. Foram criadas pelo ser humano e, por isso, poderiam ser extintas sem abalar o ecossistema”, afirma o Dr. Jonathan Gressel.

Naturalmente já acontecem mutações na natureza, e o pesquisador suíço afirma que as mutações naturais e a transgenia têm o mesmo nível molecular. Além disso, Dr. Jonathan afirma que na agricultura nada perdura e é possível que existam dúvidas. “Podemos diminuir os riscos. O fato é que precisamos alimentar o mundo e precisamos lançar produtos que vão fazer isso.”

A projeção é que existam 9 bilhões de pessoas no mundo até 2050 e será necessário produzir alimentos para todas elas. Por isso, a necessidade de investimentos e inovações no setor. Ao final do encontro, será endereçado ao Governo Brasileiro um documento com sugestões de ações para melhorarem a situação atual.

Com a premissa de que o mundo deve evoluir com a tecnologia, e não dar passos para trás por falta de informação, a Dra. Leila, presidente da Associação Brasileira de Biossegurança (ANBio) afirma que o Brasil tem muitas pesquisas na área e que a lei nacional é modelo a outros países. “Podemos desenvolver cada vez mais produtos benéficos para a população. Os produtos em estudo podem melhorar a vida do produtor no campo, como é o exemplo do feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa, e daqueles que recebem o produto em casa”.

VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança

Com o tema “Construindo competências em Biossegurança no contexto da bioeconomia”, os maiores especialistas nacionais e internacionais da área estão reunidos para atualizar e definir os principais pontos da Biossegurança do Brasil. O Congresso é uma referência para a América Latina e acontece até o dia 27/9, no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador.

São palestrantes Dr. Jonathan Gressel, Dr. Klaus Ammann, Dr. George TzoTzos, Dr. Magnus Bosse, Dr. Francisco Aragão, Dr. Marcelo Gravina, Dra. Margareth Capurro, Dr. Willker Ribeiro Filho, Dra. Maria Helena Zanettini, além do Dr. David Franz da Academia de Ciências dos Estados Unidos, Dr. Jim Welch, do Elizabeth Griffin Institute dos EUA, e Dr. George Sakellaris, da Grécia. Serão ainda oferecidos cursos diversos para capacitação de entidades e profissionais das diferentes áreas afins.

Agenda:
VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança
23 a 27 de setembro de 2013
Bahia Othon Palace Hotel – Av. Oceanica 2294-Ondina – Salvador

(Agrolink)

Postado em 28 setembro 2013 07:58 por JEAcontece
15.292.411/0001-75
TAPERA TEMPO

Desenvolvido com 💜 por Life is a Loop