OPINIÃO – Soja: Otimismo em relação aos preços em 2013

Postado em 06 março 2013 07:47 por JEAcontece
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Bons preços devem permanecer no mercado, sustentados pela baixa nos estoques mundiais e a alta demanda, principalmente, por parte da China

Mesmo com uma safra de soja recorde na América do Sul, como apontam as previsões, ainda não será suficiente para recompor os estoques a nível mundial. Somente para a safra brasileira da oleaginosa, segundo o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 8 de fevereiro, está prevista uma produção de 83,5 milhões de toneladas. Na última safra (2011/12) o Brasil produziu 66,3 milhões de toneladas, a colheita foi afetada por problemas climáticos, especialmente no Sul do país.

Nesta temporada (2012/13), os sojicultores brasileiros ampliaram o plantio por conta dos altos preços praticados no mercado internacional no segundo semestre de 2012. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área plantada teve um incremento de 10,4%, passando de 25 para 27,6 milhões de hectares.

As cotações subiram, principalmente, devido às intempéries climáticas ocorridas em países produtores ao redor do Mundo. Na Bolsa de Chicago, principal termômetro deste comportamento, a soja subiu 41,6%, no período entre julho e dezembro de 2012, os preços passaram de US$ 459 a tonelada para US$ 646 a tonelada.

No entanto, de acordo com o órgão norte-americano a produção mundial da oleaginosa deve ser menor. O levantamento aponta uma safra 269,41 milhões de toneladas e os estoques finais também são menores. Em janeiro a expectativa estava em 60,1 milhões de toneladas e no último mês caiu para 59,46 milhões de toneladas. O quadro é preocupante, pois apresenta um dos mais baixos estoques dos últimos tempos e uma demanda extremamente aquecida.

“Em qualquer situação de mercado, seja ela agrícola, metal-mecânico, alimentos ou vestuário, estoque baixo significa preço alto. O que podemos observar nos últimos anos é o aumento do consumo, principalmente chinês, somado com grandes quebras de safras em importantes países como Estados Unidos, Austrália, Brasil e Argentina. Esse é o principal motivo da baixa dos estoques e que poderá manter os preços muito atraentes no ano de 2013”, explica João Pedro Corazza, gerente Comercial de Negócios de Commodities da Agroinvvesti Corretora.

No ano passado, houve quebras de safras nos dois hemisférios e a escassez de suprimento ainda não foi superada. Nos Estados Unidos foi registrada a maior seca dos últimos 50 anos que resultou em fortes perdas das safras de verão. A estiagem também castigou os agricultores da América do Sul, prejudicando as lavouras do Brasil, Argentina e Paraguai.

Atualmente o mercado mundial segue sendo abastecido pela produção norte-americana, onde se concentra uma forte demanda. Até o final do mês de agosto, os estoques mundiais, antes da entrada da safra dos EUA no mercado, estarão confirmados historicamente ajustados aos seus menores volumes e, consequentemente, podem elevar as cotações internacionais. Vale lembrar que o USDA só soma as reservas sul-americanas a partir de 1º de outubro. Portanto, a expectativa se volta para a produção brasileira que tem como maior comprador a China.

Frente a esse cenário, a especulação em relação às cotações para o mês de março ainda é muito grande, uma vez que não se tem a real produtividade do Brasil e da Argentina, países onde a safra começa a ser colhida. A oferta de grãos no mercado poderá pressionar os preços e grande parte da margem da cotação final será colocada em armazenamento e logística – o que na opinião de Corazza são as grandes deficiências dos países latino-americanos. “Não diria que as cotações trarão grandes impulsos, mas a probabilidade de grandes quedas é muito baixa”, afirma.

Outra particularidade do Brasil se volta à oscilação do câmbio. A cotação abaixo dos R$ 2 minimiza a precificação final na paridade exportação. “Mesmo assim, o volume de produtos escoados para exportação será enorme e isso enxugará o mercado interno. Esmagadoras locais precisarão concorrer com o produto exportado e em virtude da aquecida demanda mundial, dificilmente conseguirão adquirir grãos a uma cotação mais baixa. A tendência é de que os preços continuem firmes”, acrescenta Cleber Bordignon, diretor da Agroinvvesti Corretora.

Entre os fundamentos que podem contribuir com a alta de preços é a China. O gigante asiático dificilmente deixará de saciar seu apetite. O país que mais cresce no mundo já está se tornando o maior parceiro comercial de todas as nações. As compras da oleaginosa devem ultrapassar as 60 milhões de toneladas. “É complicado falar em valores, mas dificilmente veremos preços na Bolsa de Mercadorias de Chicago abaixo dos 14 dólares o bushel. Essa cotação somada a um câmbio na casa dos R$ 2, não nos mostram cotações menores do que R$ 60 para saca de 60 kg no porto de Rio Grande”, afirma o gerente Comercial da Agroinvvesti.

Bordignon aconselha o produtor brasileiro a observar as notícias que podem impactar o mercado, assim como o andamento da safra na América do Sul, principalmente do Brasil, e a safra norte-americana que será semeada a partir de maio e colhida a partir de setembro. Também é preciso conhecer os mecanismos de comercialização, principalmente, a fixação de preços nos mercados futuros, e garantir bons lucros antes mesmo de plantar a lavoura. E, quando a retomada dos preços der início, a dica é para que sejam efetuadas vendas e não acumular estoques.

O segredo de qualquer negócio é conhecer o custo da produção e a margem de lucro desejada. Assim, se chega ao preço capaz de manter a continuidade das atividades do homem no campo. As vendas antecipadas devem cobrir o custo da lavoura, de 30 a 40%, ainda mais com os preços atraentes do jeito que estão, explica Corazza. “Lembrando que a comercialização da safra deve se dar quando já se tem certa garantia de colheita. O ano de 2012 ensinou que não se deve vender sem ter a certeza de que poderá ser entregue o produto em sua totalidade”.

(Assessoria de Imprensa – Agroinvvesti)

Postado em 06 março 2013 07:47 por JEAcontece
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