“O Pequeno Príncipe” continua best-seller há 72 anos

Postado em 26 março 2015 06:59 por JEAcontece
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Considerado o livro das misses, pois, até o início deste século, era o livro mais lido entre as candidatas em concursos de beleza, “O Pequeno Príncipe” continua sendo um best-seller após 72 anos. Quem não lembra de frases como “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, “o essencial é invisível para os olhos” ou “decididamente, gente grande é bem esquisita”.

O romance do francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), publicado pela primeira vez em 1943, caiu em domínio público (70 anos após o ano da morte do autor, no dia 1º de janeiro seguinte) no dia 1º de janeiro deste ano. E nunca deixou de ser um best-seller. No Brasil, já vendeu mais de 2 milhões de exemplares. Até o final de 2014, a única editora detentora dos direitos no Brasil era a Nova Fronteira, do grupo Ediouro, pelo selo Agir, com duas traduções, a clássica de Dom Marcos Barbosa e a mais contemporânea, do poeta Ferreira Gullar.

“O Pequeno Príncipe” aborda a história de um piloto de avião que, após uma queda de sua aeronave, é acordado por um garoto loiro no deserto do Saara, que o leva a uma narrativa que questiona os valores do mundo e testa os limites entre realidade e fantasia, com ilustrações em aquarela feitas pelo autor. Como caiu em domínio público, o livro já recebeu edições da gaúcha L&PM, que lançou edição em formato normal e pocket, ambas com tradução de Ivone C. Benedetti, e da paulista Geração Editorial, em tradução de Frei Beto.

A Autêntica é outra editora que deve publicar nova tradução da obra. A edição da Agir é vendida ao assinante do Correio do Povo com 20% de desconto, com informações pelo fone (51) 3216-1600, pelo site ou pelo e-mail [email protected].

O Correio do Povo foi conversar com o editor infantojuvenil da Nova Fronteira/Ediouro, Guilherme Bernardo Vieira. Ele fala sobre o que mudou depois que o livro caiu em domínio público, o fato de ele nunca deixar de ser um best-seller e como a editora trabalhar a questão do best-seller, entre outros temas.

Correio do Povo – A que você atribui o fato de “O Pequeno Príncipe” da Agir estar entre os dez livros mais vendidos da Publish News em 2015?
Guilherme Bernardo Vieira – Em primeiro lugar, cabe dizer que “O Pequeno Príncipe” é nada menos que um clássico da literatura mundial, e que sua popularidade tem se provado inabalável desde a sua publicação graças à mensagem universal que transmite. A Agir se orgulha de ter sido a editora que primeiro apresentou a obra ao Brasil, em 1952, em uma tradução que marcou tão fundo em nosso espírito e ao longo de tantas gerações que simplesmente não possui comparação. Para o público leitor, a nossa edição sempre será considerada como a referência. E temos trabalhado ativamente para consolidar essa correlação entre a obra e nossa editora.

CP – O que faz de um livro um best-seller? Existem algumas regras para tal fato?
Guilherme – Certamente não se trata de uma receita de bolo (ou todos os livros seriam bem-sucedidos se a seguissem), mas observa-se a conjugação de alguns fatores — como a aderência temática junto ao público, bem como a distribuição e a divulgação adequadas. As estratégias a serem tomadas tendo em vista cada público-alvo também contam.

CP – O que diferencia “O Pequeno Príncipe”, da Agir/Ediouro, das outras obras que aproveitaram o fato de o texto ter entrado em domínio público. Tem uma tradução recente do Ferreira Gullar, os desenhos originais, o que mais?
Guilherme – A edição da Agir preserva as características originais da obra de Antoine de Saint-Exupéry, seguindo fielmente a disposição do texto e das ilustrações em relação à edição americana, de 1943 — publicada antes mesmo da francesa, quando o autor ainda estava vivo e exilado nos Estados Unidos. Nossas duas edições da obra foram traduzidas por dois poetas imortais da Academia Brasileira de Letras, dom Marcos Barbosa (de capa branca, com a tradução clássica) e Ferreira Gullar (de capa azul, com uma linguagem mais contemporânea). Além disso, a editora Agir é a única que detém os direitos de publicação da obra nos formatos pop-up e em quadrinhos (adaptados por Joann Sfar), não podendo deixar de fora “A bela história do Pequeno Príncipe”, que apresenta a história por trás do livro e um estudo sobre as suas metáforas e simbologias. Vale ressaltar que para este ano estamos preparando uma edição exclusiva adaptada para o público infantil, com menos páginas, e ainda outra para bebês.

CP – Como você analisa o mercado editorial brasileiro?
Guilherme – Temos um mercado editorial em expansão, que muito cresceu nos últimos anos e que ainda apresenta um grande potencial de crescimento, com a formação de cada vez mais gerações de leitores e com a ampliação expressiva de novas frentes de distribuição e venda dos nossos livros.

CP – Qual o critério que a tua editora adota para fazer o livro vendável e o que tu achas destas listas dos mais vendidos.
Guilherme – O critério utilizado é o mesmo que norteia nossa percepção do que consideramos um livro com potencial para tornar-se um best-seller: buscamos temáticas de rápida identificação com o público leitor, trabalhando a distribuição e a divulgação de nossos títulos de acordo com o perfil desse leitor que estamos visando.

(Correio do Povo)

Postado em 26 março 2015 06:59 por JEAcontece
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