O drama de quem utiliza o Ipergs no interior

Postado em 04 setembro 2014 17:08 por JEAcontece
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Não é de hoje que o serviço prestado pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs) é questionado pelos seus usuários, os servidores públicos estaduais.

Há décadas que a queixa vem se repetindo todos os dias, na maioria dos municípios gaúchos. O pessoal se queixa, mas ninguém os ouve. Ou se ouve, não dá o devido encaminhamento para mudar as regras. E tudo fica como está. “O Ipergs faz de conta que nos presta um bom serviço e a gente faz de conta que o tem. O choque vem quando olhamos o desconto no contra cheque, e no mês seguinte tudo segue normalmente”, disse um usuário.

Gerson Rizzi, servidor estadual, lotado na Polícia Rodoviária Estadual de Tapera, município distante 300 km de Porto Alegre, é um dos servidores e usuário que enfrenta enormes dificuldades quando precisa utilizar o seu benefício, ele e sua família, residindo no interior.

Segundo Rizzi, em Tapera, existe apenas um médico para atender as mais de três centenas de servidores estaduais. Não bastasse isso, o médico atende apenas duas fichas por dia, o que é nada neste universo – somente em Tapera. “Se quisermos uma consulta, eu, minha esposa e filho, temos de marcá-la para não menos de duas semanas. Até é compreensível a atitude dos médicos, pois o valor que o Ipergs repassa a eles por cada consulta chega a ser vergonhoso diante do que o Instituto se beneficia de cada servidor. É difícil isso ai”, disse.

No município, o Ipergs não dispõe de um pediatra, ou qualquer especialista, tendo apenas um clínico geral. “Se precisarmos consultar com um temos de ir a Passo Fundo, distante 70 km, ou a Porto Alegre. Em Passo Fundo, a consulta não será marcada por menos de 60 ou 90 dias e além de tudo, os poucos médicos que atendem cobram diferenças bastante elevadas que somadas ao gasto de deslocamento, mais o desconto mensal em folha, fica inviável. Não tem jeito para quem está lidando com saúde. Isso está pior que o atendimento do SUS”, revelou.

Gerson Rizzi, gasta mensalmente R$ 798,62 do seu vencimento para o Ipergs, em folha. “Só o Estado não vê que seus servidores do interior ou das pequenas cidades estão a descoberto e pagam por um serviço que não tem. Está na hora do governo gaúcho, que comanda o Instituto, mudar as regras do jogo e passar a servir de fato a quem o mantem funcionando. O que acontece com o funcionalismo público estadual no interior é um descaso. Chega a ser humilhante e até constrangedor para nós e nossos familiares. Está na hora de se por um basta nisso tudo, pagamos um valor absurdo descontado direto na folha de pagamento todos os meses. E o nosso direito onde está?”, finalizou.

Fábio David Crestani
Jornalista – Tapera (RS) – (54) 8135 1778

 

Postado em 04 setembro 2014 17:08 por JEAcontece
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