A delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, nova Chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul no governo Eduardo Leite, concedeu entrevista para a Rádio Gazeta AM na sexta-feira (11), e entre outros assuntos, informou que a partir de março está prevendo na sua agenda uma interiorização da chefia de polícia, saber de cada localidade, sua peculiaridade, num mapeamento de todo o estado, onde há maiores índices de criminalidade, onde colocar esforços da investigação criminal, e que a primeira região a ser visitada será a de Carazinho e Passo Fundo.
Nesta semana ela vai se dedicar à montagem das equipes em cada regional, cada departamento e falou sobre os focos que o setor terá. ”Queremos dar um olhar diferenciado também para a vítima, o atendimento, não perdendo o foco constitucional, investigação criminal, autoria, criminalidade, dos delitos, mas com a prioridade de olhar para as vítimas mulheres. Estive por quase sete anos na delegacia especializada da mulher em Porto Alegre, sei da importância desse olhar, quando a violência atinge a mulher atinge também os filhos, a família como um todo. Há ainda o atendimento a grupos vulneráveis, a preocupação muito grande na elucidação de homicídios e latrocínio, repressão de associações ligadas ao tráfico de drogas, repressão a corrupção pois entendo que o dinheiro desviado não vem para políticas públicas e gera muitas vezes a insegurança que a gente vive, e olhar também para crimes contra o patrimônio com emprego de arma de fogo. É um leque muito grande, por isso queremos a interligação entre os departamentos, troca de informações, uma inteligência policial forte, que é o coração da Polícia Civil”.
A delegada Nadine também mencionou uma das maiores preocupações de cidades menores que tem sido os roubos a agências bancárias. Disse que vai haver um olhar neste sentido com uma inteligência entre brigada militar e polícia civil tentando chegar antes que o crime aconteça.
Mais mulheres na polícia
A delegada concorda que a projeção que obteve com essa indicação para chefiar a polícia civil no estado incentiva outras mulheres a ingressarem na carreira política e motiva aquelas que escolheram essa profissão. ”O objetivo é justamente esse, quebrar o paradigma, se sou a primeira hoje como chefe de polícia, não tenho dúvida que teremos muitas outras e por isso assumi essa missão, nosso lema é servir e proteger, missão dada é missão cumprida, quando me convidaram vi que precisava aceitar esse desafio não somente pelas colegas que hoje estão na instituição, mas pelas que entraram no passado e trilharam esse caminho, que todas sintam-se representadas, mulheres não só da polícia civil mas de toda a sociedade”.
Carazinho tem duas delegadas na polícia civil, Rita De Carli e Heládia Cazarotto, e quando foi informada durante a entrevista sobre essa particularidade da cidade a delegada Nadine contou que são suas ”grandes amigas e excelentes profissionais”. ”A gente quer que seja natural essa condução da mulher a esses cargos, evidentemente que por ser primeira a minha indicação virou notícia, mas o importante é que lugar de mulher é onde ela quiser estar. Aceitei esse desafio que é enorme, mas com certeza tem como meta trazer bons frutos para a sociedade, e pelo apoio que temos recebido de todos os agentes e delegados da polícia civil vamos fazer um bom trabalho nos próximos anos”.
(Foto Gustavo Mansur/ Palácio Piratini).
