O mercado de soja segue sem novidades. Os movimentos estão baseados na grande expectativa de safra recorde nos Estados Unidos. A baixa na Bolsa de Chicago é reflexo do avanço no desenvolvimento das lavouras americanas. São aguardadas 104 milhões de toneladas pelo mercado internacional. O número é expressivo e jamais estimado em temporadas passadas. O volume comportaria com folga a demanda internacional e interna.

Ao cogitar-se a possibilidade de excesso de oferta, o bushel ao final desta semana, ficou em US$ 10,31. As consecutivas quedas dos últimos 40 dias impedem o mercado de esboçar reação. Esse valor é reflexo das boas condições das lavouras e seu andamento. Hoje, são 70% das áreas plantadas que atingem um nível bom ou excelente. As lavouras com condições regulares totalizam 24% do território semeado. Já as plantações em condições ruins são apenas 6%.

O mercado interno brasileiro se mostra mais atraente do que o mercado de exportação. Navios brasileiros estão preparados para migrar aos Estados Unidos para servir as necessidades da entrada deste grande volume. Esse momento é de pausa nas exportações e trava (ou declive) nos prêmios.

Por esse motivo que o mercado interno tem se mostrado aquecido. A demanda própria de indústrias tem movimentado mais a entrada de grãos, com preços mais interessantes. Elemento essencial para a precificação dos produtos, o câmbio, tem registrado oscilações positivas e negativas. O preço do dólar tem variado em torno de R$ 2,24 e R$ 2,26 nesta semana. O nervosismo da moeda é reflexo do aguardo de uma definição na corrida eleitoral.

O mercado de milho está sustentando seus preços em virtude dos leilões que escoam o produto para norte, nordeste e sudeste do país. No centro-oeste os produtores resistem em baixar os preços, com isso o mercado anda de forma muito lenta. As indústrias do sul também estão bastante abastecidas e tentam fazer compras para entrega em meses futuros.

Em virtude da baixa dos preços a expectativa é de que a área da próxima safra seja bastante reduzida. Isso faz com que o mercado interno se preocupe em comprar milho para entrega na safra de verão.

Em relação ao trigo, a aproximação da nova safra somada aos estoques de passagem bastante elevados deixa o mercado lento. Os moinhos estão com galpões lotados de farinha, mas a baixa liquidação para as empresas de panificação faz com que não haja necessidade de aquisição de novas compras.

A solução para incentivar a comercialização seria abrir novas exportações ou até mesmo leilões de PEP ou PEPRO para escoar os estoques de passagem para moinhos da região nordeste. Os poucos negócios que estão sendo travados estão abaixo do valor mínimo estipulado pelo governo.

Cotações no mercado disponível:
Soja: R$ 61,00
Milho: R$ 25,00
Trigo: R$ 27,00

(New Agro Commodities, em Passo Fundo, telefone (54) 3601-0515 / 3601-0484)