O jovem trabalhador Bruno Pereira Duarte da Silva, 21 anos, denunciou nesta quarta-feira (07), à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a situação de racismo que sofreu em Não-Me-Toque na última semana.
Ele recebeu duas bananas como forma de pagamento em seu serviço por parte de um cliente durante o seu trabalho em um posto de combustíveis.
A deputada Luciana Genro (PSOL), propiciou que Bruno, denunciasse o caso à Comissão nesta manhã, e está acompanhando a vítima, que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Durante a oitiva, Yago Eduardo Follmer, que é amigo próximo de Bruno, revelou à Comissão que o jovem foi ameaçado na segunda-feira (05), pelo mesmo agressor que cometeu o ato racista. Conforme ele, o rapaz precisou se esconder em uma sala do estabelecimento onde trabalha. Um novo boletim de ocorrência foi registrado tendo em vista que o agressor ofereceu risco a vida da vítima.
Os parlamentares presentes na oitiva afirmaram que somente expondo o caso será capaz de erradicar situações como essas.
— Quero parabenizar o Bruno, pela coragem de denunciar em uma cidade como Não-Me-Toque. Em uma cidade pequena não é fácil enfrentar essa situação, tanto é que o agressor teve a coragem de voltar lá depois da repercussão do caso. O que demonstra que realmente ele se sente protegido pelo ambiente da cidade, mesmo com a repercussão negativa que teve nas redes sociais — salientou a deputada Luciana Genro.
A Polícia Civil de Não-Me-Toque informou que está investigando o caso e todas as denúncias recebidas. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa entrará em contato com os órgãos de Segurança Pública do município a fim de assegurar a integridade da vítima e segue acompanhando as circunstâncias, tendo em vista que o agressor é residente da cidade vizinha, Victor Graeff.
Por Roger Amaral