Estudo britânico aponta que casos de câncer de intestino, estômago e esôfago chegam a ser reduzidos entre 30% e 40%
A ingestão de uma aspirina por dia pode reduzir as chances de se desenvolver alguns tipos de câncer, como de intestino e estômago. Um estudo britânico aponta que se cada cidadão britânico com mais de 50 anos tomasse um comprimido diariamente durante 10 anos, 122 mil mortes poderiam ser evitadas. Os pesquisadores analisaram 200 estudos sobre o assunto. O chefe do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Gilberto Schwartsmann, confirma que o remédio pode diminui a incidência de câncer no tubo digestivo.
Conforme o estudo, os casos de câncer de intestino, estômago e esôfago chegam a ser reduzidos entre 30% e 40% pelo uso diário da aspirina. Porém, oncologista do Mãe de Deus, Stephen Stefani,questiona o número. Para o especialista, os cânceres do tubo digestivo são os mais frequentes, por isso esse percentual aparece mais alto.
No estudo britânico, também foram encontrados indícios de que a droga pode diminuir os riscos provocadas por câncer de mama, de próstata e de pulmão. Os pesquisadores apontam que pacientes precisam tomar o remédio por pelo menos cinco anos para obter algum benefício.
Para o médico Stefani, existe um grupo que pode se beneficiar dessa estratégia. Mas, o grande desafio é saber quais os pacientes que não seriam prejudicados com o tratamento.
“Até que esses métodos sejam amplamente disponíveis e validados, o ideal é ter uma conversa ilustrada com um médico para saber o perfil do paciente”, conta.
No entanto, estima-se que outras 18 mil morreriam por efeitos colaterais. Os pesquisadores britânicos alertam para os efeitos colaterais, principalmente sangramentos causados pela droga. O médico Schwartsmann afirma que é necessário medir os prós e contras.
“ Está certo que a aspirina inibe alguns processos que originam o tumor. Mas, os efeitos colaterais não podem ser ignorados, principalmente o sangramento. Minha sugestão é uma conversa direta com o médico”, conta.
Segundo os pesquisadores britânicos, o uso da aspirina é uma das coisas mais importante a ser feita para prevenir câncer, atrás apenas de parar de fumar e reduzir a obesidade. Como o risco de sangramento interno cresce de acordo com a idade do paciente, os médicos sugerem que não se tome a droga por mais de 10 anos. Entre os pacientes mais predispostos a sangramentos estão aqueles que tomam medicação anticoagulante, fumantes e consumidores frequentes de álcool.
(Clicrbs)
