Mais de 9 mil empresas já fecharam no Estado desde março

Postado em 17 junho 2020 10:04 por JEAcontece
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A informação é da presidente da Federasul, Simone Leite, e considera somente as empresas que eram filiadas à entidade. A federação pleiteia participação de lideranças empresariais no comitê que trata de classificação das regiões por bandeiras

Nesta semana a decisão do governo gaúcho de manter quatro regiões do Estado em classificação de bandeira vermelha no painel de distanciamento controlado gerou inquietude de prefeitos e entidades empresarias. Em entrevista à Rádio Diário AM 780, a presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul – Federasul, Simone Leite, questionou a mudanças de critérios na análise dos últimos dados no sistema de distanciamento.

“Entendemos que é um momento muito delicado e estamos tendo um retrocesso na questão econômica no Rio Grande do Sul. Estamos há mais de 80 dias impactados por esta questão da pandemia. Tivemos uma parada no mês de março e entendemos que esta métrica e a sistemática das bandeiras foi importante para que pudéssemos voltar às atividades produtivas. O que nos causa estranheza neste momento, é a mudança nas regras que já estavam em curso justamente nas formas de medir os indicadores, e a outra questão é, números que estão equivocados”, introduziu.

“Temos números que não estão sendo lançados na semana corrente, números que não foram integralmente colocados na planilha, e tudo isto causou a mudança de bandeira e o com isto o fechamento de muitas atividades produtivas, o que neste momento, é um grande erro, pois não será através da pequena loja do comércio, dos prestadores de serviço que nós teremos o contágio do Covid-19 no Estado. Entendemos como inadequada esta formatação e acompanhamos com as lideranças políticas, buscando uma nova forma de termos mudanças das bandeiras e uma flexibilização a partir de dados reais do que está acontecendo no Rio Grande do Sul”, afirmou Simone.

A presidente da Federasul destacou que a entidade espera que o Executivo gaúcho faça assim com já referenciando nesta semana pelo Governador Eduardo Leite, de que buscaria mais informações com os municípios, para fazer uma análise mais apuradas sobre os indicadores locais na tomada de decisão. A federação pleiteia também a participação de lideranças empresariais no comitê que trata de classificação por bandeiras.

“O que entendemos que é necessário neste momento, a criação de um comitê que avalie estes indicadores e que tenham pessoas responsáveis em cada uma destas regiões, e que a classe produtiva faça parte desta análise. Não adianta nós só pagarmos a conta, tem um grupo de pessoas políticas, um grupo de técnicos em saúde, mas não tem ninguém da classe empresarial fazendo parte desta discussão. Defendemos um comitê com participação de lideranças empresariais de todas regiões. Juntos precisamos vencer, quando as pessoas estão sem renda, quando as pessoas permanecem sem renda, perdendo o emprego, estabelecimentos comerciais e indústrias comprometidos, isto também com o tempo leva vidas”, ressaltou Simone.

De acordo com a presidente, a reunião realizada ainda na segunda-feira (15), com prefeitos de municípios que estão em bandeira vermelha, foi bastante produtiva e todos foram incisivos em contestar que a taxa de ocupação de leitos hospitalares e o número de pacientes curados nas cidades é diferente do que o Estado tem considerado.

Simone frisou que a opinião dos chefes dos executivos municipais deve ser considerada, pois são os prefeitos que sabem o que acontece em suas cidades.

A presidente defendeu que pessoas com mais de 60 anos de idade se mantenham em isolamento assim como os demais que se enquadram nos chamados grupos de risco. A população também deve manter as medidas de higiene e cuidados, porém não é aceitável que a bandeira vermelha afete as atividades produtivas em cidades onde o sistema de saúde não tem indicação de colapsar.

“Imagina aquele dono de restaurante, uma lancheira que faz compras para uma semana ou 15 dias, de repente no sábado recebe a notícia de que o comércio dele estará fechado a partir da segunda-feira. O que ele faz com o estoque? Coloca fora? Temos de ter uma previsibilidade maior e mais diálogo. Diálogo é importante neste momento em que as empresas estão sangrando, temos de estancar esta hemorragia. Fizemos uma conta e só dos nossos filiados da Federasul mais de 9 mil empresas fecharam as portas desde março. Isto é algo muito impactante para a economia do Rio Grande do Sul que já vem com dificuldades financeira instalada, e mês a mês funcionários públicos estão com salários atrasados e a arrecadação caindo. Não podemos desprezar estas informações no momento de tomar decisões” frisou a presidente.

Reflexos das bandeiras na região
Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Carazinho e Região – Sindicar, Moises Santos, a alteração nas cores das bandeiras em pelo menos duas, das quatro regiões na vermelha anunciadas no último final de semana pelo governo impactam a demanda de transportes de cargas das empresas da região. A principal delas é a região que abrange Caxias do Sul e os municípios ao seu entorno por serem um importante polo metal mecânico e muitas das indústrias da Serra Gaúcha fabricam peças e máquinas e por consequência geram demanda de transporte para empresas de transportes da região do Planalto.

O polo da região de Santo Ângelo também é considerado importante para o segmento de transportes de cargas dado ao seu polo industrial. “Afeta, principalmente Caxias do Sul. Carazinho, algumas cidades da região das Missões e a região de Frederico Westphalen é uma região que depende muito da produção metal mecânica e que é bastante produzido em Caxias do Sul e Bento Gonçalves principalmente, então da carga fracionada a região de Caxias do Sul é bastante importante pra nós. Depois também tem bastante carga fracionada para Cachoerinha, Porto Alegre e Gravataí onde estão as indústrias que contribuem com o transporte de cargas para empresas de Carazinho, Missões e Chapecó” comentou Santos.

Diário da Manhã

Postado em 17 junho 2020 10:04 por JEAcontece
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