Primeiras redes foram criadas no país a partir de 1987, principalmente para uso das universidades
Depois do ábaco, antigo instrumento de cálculo considerado o tataravô dos modernos computadores, se passaram mais de 5 mil anos. Ao longo de sua história, a Internet atravessou mudanças relacionadas principalmente à velocidade das redes de comunicação, ao perfil dos usuários e aos tipos de aplicações da rede. A Internet surgiu nos Estados Unidos com as pesquisas milit
No Brasil se desenvolveu no meio acadêmico a partir de 1987, com acesso restrito a pesquisadores e professores de universidades. No ano seguinte, o Laboratório Nacional de Computação Científica conseguiu se conectar à Universidade de Maryland, acessando a Bitnet, rede que permitia a troca de mensagens de texto. De lá até os dias de hoje houve verdadeira revolução digital. Cabe ressaltar o pioneirismo de Juergen Rochol, professor emérito da Ufrgs, que na década de 70 projetou e construiu o primeiro modem nacional desenvolvido no Estado.
O professor Alberto Schaeffer Filho, do Instituto de Informática da Ufrgs, destaca que com a popularização da Internet e o seu uso abrangendo diversos setores da sociedade, um problema relacionado à organização das informações se mostrou complexo de resolver. “Entre 1994 e 1995, surgiram os primeiros sites de busca, incluindo Yahoo e Altavista, destinados a fazer a indexação e permitir a consulta de informações armazenadas na Web”, comenta. Em um momento inicial, a Internet era acessada apenas por desktops ou mainframes. O advento da computação móvel permitiu que dados pudessem ser acessados em qualquer lugar e a qualquer momento através de um dispositivo móvel, que pode ser um laptop, tablet ou celular.
“Após, veio o conceito da computação em nuvem, que permite o uso de memória, armazenamento de dados e poder computacional de máquinas remotas conectadas na Internet, mesmo que o dispositivo local ao qual o usuário tem acesso seja limitado”, diz. Na sua avaliação, a computação em nuvem permitiu o surgimento de novos modelos de negócio, favorecendo que atividades tipicamente off-line pudessem ser feitas on-line. Por exemplo, operações de transferências, investimentos e consulta de extrato que antes exigiam deslocamento até o banco agora ocorrem via computador, laptop, tablet ou celular.
A coordenadora do grupo de pesquisa de Inteligência Artificial Aplicada à Educação do curso de Mestrado em Computação Aplicada da Unisinos, Patrícia Jaques, trabalha com uma série de processos, ferramentas (como a Rede Bayesiana) e algoritmos para elaborar questões específicas, fazer avaliações e encontrar resultados lógicos.
“Desenvolvemos um sistema que avalia o desempenho de alunos da 7ª e 8ª séries sobre o estudo das equações de 1º e 2º graus da Matemática em escolas de São Leopoldo e Novo Hamburgo”, diz. Ela Explica que o sistema Pat2Match consegue aferir o nível de conhecimento sobre estas equações, permitindo avaliação precisa da capacidade cognitiva do aluno.
Diálogo inteligente entre os objetos
A Internet das Coisas é uma rede de objetos físicos com identificadores únicos, incorporando componentes eletrônicos, software e sensores, que são capazes de trocar dados através de redes sem fio e conectar-se à Internet. Esses objetos físicos (ou coisas) podem ser, por exemplo, automóveis que tenham sensores embutidos, eletrodomésticos inteligentes ou até mesmo sensores de monitoramento de condições de saúde implantados em uma pessoa.
Na avaliação do professor Alberto Schaeffer Filho, do Instituto de Informática da Ufrgs, “a Internet das Coisas trata da integração entre dispositivos computacionais e objetos do cotidiano conectados em rede”. Ele destaca que essa conexão permite que objetos se comuniquem de forma integrada, desde que equipados com sensores para detectar mudanças físicas à sua volta. Schaeffer afirma que a Internet da Coisas permitirá que um aparelho de ar-condicionado em casa possa ser ligado automaticamente quando o carro da família entrar na garagem, ou que a geladeira possa identificar algum alimento em falta e que pode ser pedido pela web.
Uma empresa norte-americana criou um protocolo único para facilitar esse diálogo e ele já foi adotado por mais de cem grandes empresas. Estima-se que atualmente existam 25 bilhões de dispositivos conectados à rede. Mas para ligar os objetos e aparelhos à Internet é necessário um sistema eficiente de identificação.
Como exemplo prático da Internet das Coisas, o Instituto de Informática da Ufrgs desenvolve o projeto ProSeG, que focaliza os aspectos de segurança envolvidos na implantação das futuras redes elétricas inteligentes. Essas redes empregarão sensores para uma medição precisa da energia consumida nas residências, além de um gerenciamento mais eficiente da infraestrutura de distribuição.
Evolução:
• 1946 — Eniac, o primeiro computador eletrônico. Pesava 28 toneladas, ocupando área de 167 m² na Universidade da Pensilvânia (EUA)
• 1951 — Computadores a transistor surgem, pesando 150 quilos
• 1953 — Lançado o primeiro computador digital, o IBM 701. Vendidas 19 unidades em três anos
• 1969 — Exército (EUA) interligou computadores formando a 1ª rede
• 1975 — Bill Gates e Paul Allen licenciaram a primeira linguagem de programação para um PC
• 1982 — Lançado o 286, com memória de 30 pinos e monitor CGA.
• 1992 — IBM apresenta Thinkpad, laptop com Windows 3.1, operando em um processador 486, memória RAM e 120 MB de disco rígido
• 1999 — A tecnologia Airport foi a primeira a promover Internet WiFi.
• 2002 — Brasil incentiva o software livre para abrir inclusão digital
• 2005 — Mundo tem 1 bilhão de pessoas com acesso à Internet
• 2007 — Apple lança iPhone e vende 3 milhões de unidades.