Um quarto dos habitantes da cidade passaram sufoco neste último fim de semana com o problema de desabastecimento de água na parte média da cidade. Em alguns pontos foram mais de 36 horas sem água. No sábado, 10/08, pela manhã um funcionário de plantão percebeu que o reservatório da Av. Mauá estava em queda considerável e aí começaram os trabalhos para detectar a falha.

Inicialmente os técnicos da Coordenadoria Operacional de Cruz Alta constataram que o grupo motor bomba estava operando normalmente e a provável causa seria alto consumo ou um vazamento. Durante o dia alguns pontos voltaram a ser abastecidos e os funcionários começaram a efetuar pesquisa de vazamento com aparelhos específicos, visto que o problema não era visível. Segundo a gerente da Corsan de Ibirubá, Lia Denise Timann, no domingo por volta de 4 horas da madrugada ainda havia pontos não abastecidos. Logo após os funcionários de Ibirubá foram acionados e a Superintendência Regional enviou apoio para localizar vazamentos.

A Corsan possui um protocolo de atendimento no 0800 quando ocorrem problemas. Foram 96 ligações de falta d’água somente na manhã de domingo. Ao todo quase 25% do município ficou sem abastecimento. Com isso, ao longo do final de semana a Corsan começou a realizar testes e isolar setores para investigar o real problema, já que não houve nenhuma avaria como a queima de bomba. O problema era uma rede rompida na Rua 7 de Setembro, ao todo foram 2 milhões e 200 mil de litros de água desperdiçados. Como essa rede já teve rompimento outras vezes a Corsan está avaliando a sua troca, segundo Lia “não há necessidade de ter uma bitola de tubo tão grande, uma rede de menor já supriria a necessidade.”

Investimentos para uma cidade em crescimento
A Corsan recebe toda semana pedido de novas ligações e novos loteamentos estão surgindo. Segundo Lia são 7.534 residências, só no último ano foram 204 novos pedidos. Há 13 anos eram em torno de 5 mil ligações. O arrecadamento mensal do escritório ibirubense gira entre 700 e 900 mil reais. No serviço de substituição de 2.000 metros de rede foram R$ 250 mil repassados pela Prefeitura Municipal. Com uma rede de 70 km, cerca de 20% precisa ser substituído. Lia frisa que “os investimentos são elevados, e que deveriam ter sido realizados no mínimo cinco anos antes”

Uma mudança prevista é com o reservatório da Mauá que fica em frente ao Mercado Regional, e recebe água da Rio Branco. O sistema que abastece o reservatório é muito antigo e hoje não está suprindo a necessidade. Um sistema novo já está em planejamento e execução, a perfuração de novos poços nas regiões que obtiveram maior crescimento e que são regiões mais altas, com a ideia de atender as extremidades para aliviar o centro e Planalto.

“Os investimentos estão substituindo esse sistema de rede antigo, o município nos últimos anos cresceu para o lado do Pôr-do-Sol, e com isso no sistema antigo, no momento que houver um problema técnico, leva muitas horas para recuperar nos pontos mais altos.” diz Lia.

O novo poço da Castanhal irá atender Progresso e Pôr-do-Sol, e está aguardando a ligação de energia pela RGE, para fornecer a linha trifásica, assim irá aliviar o setor do Centro e Planalto.

Outra mudança é interligar os sistemas da Av. Mauá com o da Rua Castanhal. Segundo a gerente “quando a água sai da Rua Rio Branco, ela abastece o reservatório da Mauá e o da Castanhal. São dois sistemas isolados, mas se eles forem interligados podemos melhorar o abastecimento em caso de problema, como uma queima de bomba. E podemos ter alternativas, e precisamos disso frente ao amplo crescimento em que Ibirubá está.”

Novos loteamentos em Ibirubá
Lia observa que há três empreendedores que se uniram no Bairro Hermany, com a disposição de mais de 300 novos lotes para comercialização, lá já fizeram a perfuração de um poço e a construção de um reservatório. “Se no passado mais ações desse modo fossem feitas em Ibirubá, talvez não estivéssemos passando por problemas de abastecimento em alguns pontos.”

Outro ponto discutido foi o problema chamado saneamento básico, o assunto está em fase de reunião para reformular o plano municipal de saneamento básico do município, o caminho apontado por Lia é o recolhimento individual do esgoto. “Não foi planejado o crescimento acentuado do município em vários setores, inclusive do esgotamento sanitário e creio que o recolhimento individual é mais viável e mais econômico” finaliza.

Rádio Cidade FM