A abertura dos túneis que ocorreria no final do ano passado não saiu, mas semana passada, 24/01, mais um passo foi dado para a perfuração e descoberta dos túneis, a geóloga e professora Maria Luiza Corrêa da Camara Rosa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), retornou a cidade para realizar marcações com spray de pontos exatos, que serão sondados e perfurados. Os pontos foram identificados no trabalho realizado anteriormente com o auxílio dos georadares. No dia seguinte, 25/01, Maria Luiza e Clóvis Messerschmidt (jornalista e diretor da Revista Enfoque), estiveram reunidos com Abel Grave (prefeito), Alberi Behnen (vice-prefeito), Henrique Hentges (secretário municipal de Educação) e a Carolina Lopes (turismóloga e diretora de turismo da Rota das Terras Encantadas), para avaliar e decidir os próximos passos para a concretização do projeto turístico ‘‘Ibirubá: Cidade dos Túneis’’. Segundo Carolina Lopes, a expectativa é incluir esse diferencial no turismo da Rota das Terras Encantadas que irá beneficiar os 16 municípios que fazem parte da rede. A história dos túneis, segundo a turismóloga, é mais do que uma lenda urbana, traz a história e cultura da região.
Marcação dos pontos e a expectativa para a abertura
A geógrafa Maria Luiza, da UFGRS, permaneceu dois dias em Ibirubá exclusivamente para marcar os quatro pontos “quentes”, esses foram marcados com “X” em spray ao longo da rua Flores da Cunha, próximo à praça central. O jornalista Clóvis explica que a abertura das ruas se tornou necessário porque os moradores que possuem casas com possíveis entradas aos túneis não permitem a entrada em suas propriedades.
A data de abertura que estava prevista para o final do ano passado não ocorreu por conta de impasses dos geólogos em identificar o ponto exato para a perfuração, também, segundo Clóvis, no relatório elaborado de identificação dos pontos não constavam as tubulações de água que poderiam existir ali. Em virtude desses problemas a Corsan trabalhou em conjunto com a geóloga Maria Luiza na marcação dos pontos para que nenhuma tubulação seja afetada e uma nova data será marcada, que está nas mãos do prefeito Abel.
Nas reuniões foi organizado um cronograma que terá como primeiro passo a sondagem, desses quatro pontos sinalizados. Uma broca de 15 cm irá perfurar os locais e será colocado uma câmera para analisar qual o tamanho do túnel e as conexões existentes. Num segundo momento será a abertura com brocas maiores de 60 cm para que a equipe desça. Uma vez aberto, uma equipe de arqueólogos da Universidade Federal de Santa Maria, fará uma parceria com a prefeitura para realizar um trabalho técnico, como por exemplo, datar o tijolos dos túneis com Carbono 14 e abrir as possíveis conexões entre eles. Em um projeto paralelo a mesma universidade irá desenvolver um projeto turístico, que será encaminhado para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para captação de recursos. A ideia é restaurar esses túneis, organizar a iluminação e as entradas e saídas para os visitantes.
O ponta pé inicial e a história que continua viva
O jornalista Clóvis foi quem iniciou esse projeto de desvendar a história dos túneis em Ibirubá, a partir de uma matéria investigativa o jornalista resgatou histórias e indícios dos túneis, um assunto popular em Ibirubá. Há quatro anos o jornalista vem desenvolvendo este trabalho, que sugere, a partir de relatos dos moradores de Ibirubá, depoimentos anônimos e documentos, que os túneis seriam usados como esconderijos na época da Segunda Guerra Mundial, esses túneis serviriam de abrigo para nazistas e depósito de armamento.
Dessa vez, junto com a geóloga Maria Luiza, a fotógrafa e produtora audiovisual Joana Schneider, de Porto Alegre, veio a Ibirubá com o intuito de desenvolver um documentário especial sobre o mistério dos túneis. O projeto já iniciou e tem como objetivo manter viva as estórias que envolvem essa lenda urbana de Ibirubá. Também, irá colaborar na divulgação dos túneis, que segundo Carolina Lopes, irá despertar a curiosidade do turista.
Rádio Cidade FM – Carolina Moro
