IBIRUBÁ – Novos caminhos para o Hospital da Comunidade Annes Dias

Postado em 21 agosto 2019 06:18 por JEAcontece
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Os gestores Odair Funk e Ricardo Grave do Hospital da Comunidade Annes Dias, em entrevista ao Jornal da Cidade, na Rádio Cidade FM, abordaram a situação financeira do hospital e também as projeções para se posicionar como um hospital geral regional. Para que isso se concretize é necessário ampliar o número de leitos e a oferta de serviços nos atendimentos especializados.

Ricardo comenta que a saúde na nossa microrregião no ano base 2017, composto por seis municípios, Ibirubá, Selbach, Colorado, Tapera, Quinze de Novembro e Fortaleza dos Valos movimentou um valor superior a 78 milhões em saúde. A partir da análise de como esses recursos foram investidos se percebeu a ineficiência do estado em distribuir os investimentos. Relata que na União existem formas de buscar novos investimentos, no entanto é necessário que o Estado, através da Coordenadoria, contratualiza isso, aprovando a oferta de novos serviços dentro do hospital.

Segundo Ricardo, o Annes Dias irá assinar novamente o contrato com o governo do estado da maneira como está, mas buscando melhorar a situação com novas diretrizes e propostas para que o município não fique tão sobrecarregado. Para ele “da maneira como está o município está arcando com uma parte maior e sobrecarregando responsabilidade que seria do governo do estado. Por isso buscamos mobilizar politicamente o auxílio para pleitear contratos pelo estado, assim o investimento do município se torna mais eficiente. Alguns procedimentos como cirurgias de varizes, hérnias, podem ser feitos no hospital, pois ele é enxuto, de baixo custo e ainda por cima seguro.”

Ampliação de um andar para receber recursos e melhorar o atendimento

Um dos projetos apontados pelos gestores é reforma e adaptação de um andar para ampliar os atuais 41 leitos para mais de 50 leitos. Essas reformas serão custeadas com recursos vindos de emendas parlamentares. O aumento dos leitos é uma das exigências para a oferta e contratualização de mais serviços, classificando a Entidade como Hospital Geral. Dentro dos novos serviços se vislumbra estar habilitado para as UCP (Unidade de Cuidados Prolongados). As UCP´s destinam-se a pacientes em situação clínica estável, que necessitam de reabilitação e/ou adaptação a sequelas decorrentes de processo clínico, cirúrgico ou traumatológico, bem como, aqueles pacientes que precisam vagas para cirurgias em hospitais maiores. Na nossa região de saúde não há nenhuma UCP em funcionamento, portanto existe a possibilidade desse serviço estar disponível no hospital e ser custeado pela União. Estando os leitos ocupados ou não, a projeção é que com mais 15 leitos o hospital receba aproximadamente 75 mil reais mensais. Esse serviço será instalado no andar a ser reformado, desativado em 2010 para enxugar custos pela ociosidade. Na década de 90 esta área abrigava o setor de pediatria do hospital. Segundo Odair Funk, além da UCP é possível trazer especialidades cirúrgicas que ajudarão a cobrir a ociosidade dos finais de semana no hospital e também proporcionar à população esse serviço em Ibirubá. Para que esse projeto saia do papel é necessário uma organização da região visando apoiar os pleitos do hospital, realizando tais cirurgias em Ibirubá.

A situação financeira de hoje
A gestão atual iniciou em 2014, e segundo Ricardo, o hospital estava a beira de um colapso, com uma dívida de 2 milhões, em luz e impostos. Foi por meio da filantropia e um plano de recuperação fiscal que se conseguiu contornar a situação e ter uma sobrevida. Hoje o Annes Dias está um pouco melhor, mas ainda na mesma situação de 2014, pois os contratos com o governo do Estado não foram melhorados e quem assumiu a responsabilidade foi o município. “Estamos buscando recuperar essa responsabilidade com do estado, visando o aporte de novos recursos, pois é responsabilidade da esfera estadual, participar do custeio da saúde pública.” Ricardo ressalta que os projetos apresentados ao Estad pelo Hospital Annes Dias não gerarão aumento de despesas para a esfera pública pois o teto financeiro da região de saúde, com sede em Cruz Alta, não está sendo aproveitado na sua plenitude. Cita o exemplo do Hospital São Vicente de Cruz Alta, o qual possui um contrato de mais de R$ 24 milhões ano e em 2017 apresentou produção em torno de R$ 17 milhões. São R$ 8 milhões que poderiam ter sido remanejado para outras instituições hospitalares da nossa região, viabilizando com isso a realização de inúmeros procedimentos, inclusive as cirurgias de média complexidade.

As receitas atuais do Hospital provém de 35% do Sistema Público de Saúde (SUS/Município de Ibirubá e uma pequena parcela do Estado), 40% dos convênios privados e 25% dos atendimentos particulares. Falando especificamente do serviço de atendimento – urgências e emergências, com funcionamento nas 24hs do dia, o custo mensal desta unidade gira em torno de R$ 160 mil, sendo que deste custeio o Município participa com um valor aproximado de R$ 93 mil , o Governo Federal com R$ 13 mil e o Estado do RS com nenhum valor. Sobra à Instituição Hospitalar o investimento mensal, do seu caixa próprio, de R$ 54 mil. Lembrando que este serviço é de extrema necessidade para a comunidade regional, bem como para aqueles que trafegam pela RS-223, e sua manutenção é de responsabilidade do ente público de forma compartilhada entre as 03 esferas governamentais. Caso o Hospital não consiga ainda neste ano um incremento de recursos ao seu contrato com o Estado, visando equilibrar o custeio deste serviço, terá que num futuro próximo notificar o Município da impossibilidade de continuidade do funcionamento desta unidade sob a responsabilidade da Entidade Hospitalar, em razão do desembolso mensal. Ricardo finaliza dizendo que sem respaldo do Estado há iminência em fechar esse ano o serviço. “Pois, precisamos ter uma contrapartida para que se mantenha o plantão de Urgência e Emergência, estamos colocando em risco a sobrevida do Hospital.”

Para ajudar o hospital via Nota Fiscal Gaúcha
O Hospital da Comunidade Annes Dias está apto a participar da Nota Fiscal Gaúcha, um programa que, por meio da distribuição de prêmios, visa incentivar os cidadãos a solicitar a inclusão do CPF na emissão do documento fiscal no ato de suas compras. O consumidor se inscreve pelo site nfg.sefaz.rs.gov.br e indica as entidades que podem receber recursos a serem aplicados nos seus projetos.

Rádio Cidade

Postado em 21 agosto 2019 06:18 por JEAcontece
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