IBIRUBÁ – Caso de feminicídio que chocou o município

Postado em 09 dezembro 2019 14:13 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

Caso foi o primeiro feminicídio registrado no município

Três anos separaram o dia em que Márcia Prediger começou o namoro com Jamiro Schussler de Souza, e o dia em que ele viria ser o autor da sua morte. No dia 30 de novembro, a comunidade de Ibirubá ficou chocada com a brutalidade que Márcia, de 41 anos, foi morta. Por volta das 21h de sexta-feira, Márcia e sua família estavam em casa, na rua Rua Henrique Roetger quando Jamiro chegou ameaçando-os com um facão. Márcia tentou fugir para pedir ajuda, mas foi morta com golpes de faca na cabeça e nos braços, na rua onde morava. A cena foi vista pela sua filha de 12 anos. Márcia foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros de Ibirubá e encaminhada ao Hospital Annes Dias, mas não resistiu aos ferimentos. Jamiro, que já possui antecedentes de Maria da Penha na cidade de Bento Gonçalves, foi capturado na Rua Henrique Roetger pela Brigada Militar, e logo após encaminhado ao presídio de Espumoso.

Segundo a delegada Diná Rosa Aroldi, o relato das testemunhas auxiliou para que o ex- companheiro da vítima fosse identificado como autor do crime. Em depoimento a DP o autor permaneceu calado.

Ato Silencioso
No domingo (1), mulheres da comunidade se reuniram na praça General Osório, em um ato silencioso em homenagem a Márcia. O ato foi organizado através das mídias digitais, e teve o objetivo de lembrar que a violência contra a mulher existe em qualquer esfera da sociedade, e repudiar o episódio. Emoção, aplausos e solidariedade marcaram o momento.

Estava presente no ato, a Secretária do Centro de Referência Social – CRAS, Jaqueline Brignoni Winsch, que durante a última semana de novembro, trabalhou a prevenção da violência contra a mulher – ‘’Um momento muito triste, uma semana que trabalhamos com a prevenção da não violência, vem uma notícia dessas que abalou a todos nós. Fizemos um ato de repúdio a violência que assola as famílias brasileiras’’, comenta Jaqueline.

A violência pode estar escondida atrás de um relacionamento afetuoso

Em entrevista a Rádio Cidade, na quinta-feira, 28 de novembro, a psicóloga Valéria Bitencourt Morocini, abordou como a violência muitas vezes se esconde atrás de um companheiro afetuoso. – Nenhuma vítima escolhe o “pior companheiro”. Elas tendem a escolher aquele com o qual imaginam que vão construir uma família. O fato dela estar encantada com a manipulação, como também, dele não ser uma pessoa hostil no dia a dia, faz com que a mulher acredite que o comportamento agressivo pode mudar.

A explicação da psicóloga Valéria, vai ao encontro das características da relação de Márcia com Jamiro. Segundo familiares eles namoravam há três anos. Os dois tentaram morar juntos, mas a relação ficou conflituosa. Por isso, cada um morava em uma casa. Muitas vezes a violência não se apresenta diretamente, ela caminha a passos lentos.

No primeiro trimestre de 2019, o índice de feminicídio no Brasil era de 76%, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Oito em cada 10 casos ocorrem dentro de casa, e os autores são conhecidos. O caso da Márcia não só serve de alerta para a sociedade, mas mostra que a violência não tem classe, idade, cor e status social.

Analise sua relação: em qual nível ela está?
A violência doméstica contra a mulher é cíclica. Começa com uma ofensa verbal, uma ameaça, uma lesão, chegando na pior das possibilidades, a um feminicídio.

Em Ibirubá a Delegacia de Polícia, comandada pela delegada Dina Rosa Aroldi, e o posto de atendimento no CRAS, estão prontos para receber denúncias e prestar orientações.

Rádio Cidade

Postado em 09 dezembro 2019 14:13 por JEAcontece
15.292.411/0001-75
TAPERA TEMPO

Desenvolvido com 💜 por Life is a Loop